Resumo da
notícia
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Uma
pesquisa britânica mostrou que a exposição de crianças à sujeira não deve ser
encarada como algo normal
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Os
cientistas explicam que em alguns momentos a limpeza excessiva é importante,
como na hora das refeições
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Mas
ter o contato com o chão também é importante para a criança desenvolver
imunidade, e isso pode ocorrer a partir do sexto mês de vida
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Em 1990, foi divulgada
amplamente a hipótese de que as taxas crescentes de alergia eram consequência
do excesso de higiene. Segundo a teoria, o excesso de limpeza impedia que as
crianças entrassem em contato com uma ampla gama de micróbios e desenvolvessem
proteção contra eles.
Essa teoria foi levada
a sério por alguns habitantes da Inglaterra e a pesquisa mostrou que de duas
mil pessoas, 23% acham que as crianças precisam ser expostas a germes para
construir o sistema imunológico e que a higiene em casa não é importante. Além
disso, 22% dos entrevistados nunca lavam ou secam panos de prato entre o uso e
cerca de 32% acham que isso não oferece nenhum tipo de risco à saúde.
Para contradizer esses
dados, o órgão publicou uma cartilha salientando que, de fato, os pais devem
focar na higiene direcionada, concentrando-se na limpeza dos ambientes, mesmo
que pareçam limpos, pois isso ajudará a impedir o surgimento de micróbios
ruins.
O relatório ressalta
ainda que devemos nos preocupar menos em limpar pisos, paredes e imóveis, e nos
concentrarmos nos locais de preparação de alimentos, lavagem de panos de
cozinha e colocação de roupas de cama e toalhas. Segundo o órgão, uma abordagem
mais direcionada ajudaria a reduzir o risco de infecções.
Quando
criança pode ficar exposta à sujeira.
Higiene é fundamental,
mas, de acordo com Flávia Almeida, infectologista pediátrica do Hospital
Sabará, muitos pais tendem a criar o filho dentro de uma "bolha" e
isso pode ser prejudicial. "O estímulo e o contato com antígenos estimulam
o sistema imune a fabricar anticorpos, protegendo contra infecções", diz.
A partir do sexto mês
--quando o bebê já começa a sentar --, os pais devem deixá-lo ter contato com o
chão, a areia, a terra, tudo sem preocupação. Mas não confunda isso com
ambientes extremamente sujos com presença de lixo e fezes de animais, por
exemplo.
Segundo Almeida, o
maior cuidado deve ser ao higienizar as mãos antes das refeições e depois de
usar o banheiro. Já em objetos utilizados pelos pequenos, o cuidado mais
excessivo deve ser com chupeta e mamadeira, que devem ser esterilizadas uma vez
por dia, com água fervente, até o sexto mês de vida. "Brinquedos e
banheira, por exemplo, dispensam limpezas como essa", finaliza.
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