Adolescentes que
conseguem descrever suas emoções negativas de maneira precisa são mais bem
protegidos contra a depressão do que os colegas que não têm essa habilidade.
Essa é a conclusão de um estudo sobre a capacidade de fazer distinções
refinadas entre as emoções negativas e dar nome a elas, algo que os
especialistas chamam de “diferenciação negativa de emoções”.
Os dados, publicados na
revista Emotion, podem ser úteis para quem tem filhos ou
trabalha com jovens e quer ajudá-los a administrar melhor os próprios
sentimentos e evitar transtornos comuns na adolescência, como ansiedade e
depressão. O trabalho contou com 233 adolescentes com 16 anos de idade, em
média, acompanhados um ano e meio mais tarde.
Pessoas com baixo nível
de diferenciação emocional tendem a descrever seus sentimentos negativos com
termos genéricos, como “estou mal”. Já quem percebe as sutis diferenças entre
estar com raiva, frustrado ou envergonhado pode compreender melhor as lições
que cada uma dessas reações pode trazer.
Entender que
determinado mal-estar tem a ver com algo específico que alguém disse, por
exemplo, pode levar o jovem a criar estratégias de enfrentamento para o futuro
e regular melhor suas emoções, conforme explicam os autores, da Universidade de
Rochester, nos EUA, no artigo.
A equipe descobriu que
níveis baixos de diferenciação estão ligados a um nível mais baixo de bem-estar
psicológico, além de um risco maior a desenvolver depressão após eventos
estressantes. Estudos anteriores indicam que essa habilidade diminui em seu
ponto mínimo na adolescência e são mais altos na infância e na idade adulta.
Também é nessa fase que
os primeiros sintomas de transtornos psiquiátricos costumam surgir. Buscar
formas de ajudar os adolescentes a identificar e descrever suas emoções pode
servir como fator de proteção para esses quadros e também ter impacto positivo
nos números crescentes de pensamentos e tentativas de suicídio entre jovens.
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