FONTE: https://www.ibahia.com/
Cobrança adicional na conta de luz subiu de R$
6,24 para R$ 9,49 a cada 100kWh consumidos.
A
Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, nesta terça-feira (dia
29), o novo valor para a bandeira tarifária, uma sobretaxa que é acionada nas
contas de luz quando o custo da geração de energia sobe. Isso está ocorrendo
neste ano por causa da crise nos reservatórios das hidrelétricas. O valor
cobrado da bandeira vermelha 2, o patamar mais alto desse sistema, vai subir
52%. A cobrança adicional subiu de R$ 6,24 para R$ 9,49 a cada 100kWh
consumidos.
Essa
bandeira está valendo desde junho e deve vigorar pelo menos até novembro,
quando tem início o período úmido.
A
bandeira tarifária é um adicional cobrado nas contas de luz para cobrir o custo
da geração de energia por termelétricas, o que ocorre quando o nível dos
reservatórios das hidrelétricas está muito baixo.
A
região Centro-Sul do Brasil, que concentra as principais hidrelétricas, passa
pela pior seca dos últimos 91 anos, de acordo com o governo. Isso faz o governo
acionar muito mais termelétricas a gás, óleo e carvão. Mais caras
(especialmente as térmicas a óleo e a carvão), essas usinas funcionam como um
“seguro” para garantir o suprimento de energia.
O
custo desse seguro decorrente do acionamento das térmicas é repassado
integralmente aos consumidores de energia elétrica.
O
mecanismo das bandeiras também serve para o consumidor ficar ciente do custo da
geração de energia, ao dividir o sistema em três cores: verde, amarela e
vermelha (que tem dois patamares).
Foi
o primeiro reajuste nos valores das bandeiras desde 2019. Os valores foram
mantidos em 2020 e a bandeira verde foi acionada de junho a novembro.
A
Aneel defende as bandeiras porque, sem ela, todo o custo extra seria repassado
aos consumidores apenas no ano seguinte, com valores corrigidos. Ou seja, o
consumidor acabava pagando juros, o que não ocorre com o acionamento das
bandeiras tarifárias.
Mesmo
durante o período úmido, o governo deve manter as térmicas ligadas, o que não é
o padrão. Geralmente, recorre-se às térmicas quando chove menos ou no auge do
período seco. O objetivo agora é guardar água nos reservatórios das
hidrelétricas e, quando chover, fazer com que as barragens se encham, numa
tentativa de evitar racionamento em 2022, ano de eleições.
O
governo rechaça a possibilidade de racionamento de energia neste ano. O Brasil
tem batido recordes de geração de energia por termelétricas desde maio, com o
agravamento da crise. Ontem, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque,
foi a à TV pedir para a população economizar energia e água.
O
país tem gerado cerca de 17 mil megawatts médios de energia por termelétricas
diariamente neste mês, o que equivale a cerca de 25% da geração total de
energia elétrica do país. Isso inclui térmicas a óleo e carvão, as mais caras e
poluentes. A geração por hidrelétricas está girando em torno de 60% do total. O
país ainda gera energia por meio de usinas eólicas, solares e nucleares.
De
acordo com cálculos do Ministério de Minas e Energia, a geração extra por
termelétricas irá custar R$ 9 bilhões aos consumidores neste ano. É por isso
que a Aneel reajustou o valor cobrado nas bandeiras tarifárias, numa forma de
cobrir esses custos.
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