FONTE: , Eduardo Nunes, https://www.msn.com/
27 de junho é o Dia Internacional do Diabético.
Por isso, a Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular
(SBACV) adverte sobre os riscos que a doença
representa. Entre eles está o Pé Diabético que, se não tratado corretamente,
pode trazer sérias consequências ao portador. Denomina-se Pé Diabético a
presença de infecção, ulceração e/ou destruição de tecidos profundos associados
às anormalidades neurológicas e a vários graus de doença vascular periférica em
pessoas com Diabetes Mellitus (DM).
A
cirurgiã vascular e membro da SBACV, Dra. Rina Maria Pereira Porta, alerta que
os pacientes com diabetes que têm maior risco de lesão e complicações mais
graves nos pés são os que apresentam as seguintes alterações:
- Neurológica: dormência ou sensação
de queimação nos membros inferiores, formigamento, picadas, choques, dores
que podem evoluir para dor profunda, diminuição ou perda da sensibilidade
tátil, térmica ou dolorosa.
- Pele: Há locais ásperos,
ressecados, com calosidades/calos, mudança de cor (avermelhado), inchaço e
rachaduras ou com aumento da temperatura, e a presença de micose,
especialmente entre os dedos. Sempre que possível é preciso solicitar
ajuda de um familiar ou responsável para identificar esses sintomas.
- Ortopédicas: alterações no formato
dos pés, como dedos em formato de garra, aumento na curvatura do pé ou
ausência dessa curva (pé plano), se os dedos estão um em cima do outro
(sobrepostos) ou se tem joanete.
- Vascular: o paciente queixa-se de
dor nas coxas ou panturrilha para caminhar e que passa quando descansa
(claudicação), ou dor em repouso. Pode haver diminuição da temperatura dos
pés e os dedos ficam mais pálidos ou arroxeados e escuros. Ao exame, não
se palpa pulsos nos pés.
A
Dra. Rina também ressalta que toda pessoa com diabetes deve ter o exame clínico
realizado ao menos uma vez por ano por profissionais habilitados. “A ausência
de sintomas em pessoas com diabetes não exclui a doença, elas podem apresentar
neuropatia assintomática, doença arterial periférica, sinais pré-ulcerativos ou
mesmo uma úlcera”, diz a cirurgiã. Ainda, segundo ela, pessoas com
diabetes têm menor imunidade e apresentam maior risco de infecção. “Muitas
vezes, a infecção se torna generalizada e ocasiona febre, taquicardia e a piora
do estado geral, principalmente se o diabetes estiver descontrolado”, afirma.
Os
cuidados mais importantes para evitar complicações são: o controle dos níveis
de glicemia e do peso; realização de atividade física; cuidados
de higiene; hidratação da pele e cutícula; corte adequado das unhas; examinar
os pés diariamente com atenção ao aparecimento de qualquer ferimento e procurar
ajuda de um profissional de saúde rapidamente ao identificar um problema. A
doutora ainda reforça, no Dia Internacional do Diabético, que a unhas não podem
ser feitas por conta própria ou por qualquer pessoa, mas por um profissional
especializado. Outro ponto importante que a especialista sinaliza é que a
pessoa com diabetes não deve andar descalço mesmo dentro de casa ou na praia, e
nunca usar sapatos “moles”, de pano, borracha ou de solado flexível e fino. Os
sapatos devem ter o solado antiderrapante, proteger e acomodar bem os pés e
serem usados com meias de algodão, sem costura, cano alto e cor clara.
O pé que não está com lesão também precisa de atenção especial porque acaba sendo sobrecarregado, servindo de apoio e frequentemente ferido em pouco tempo. Quando uma pessoa está com um ferimento no pé, ela deve utilizar uma muleta, andador ou bengala para auxiliar a locomoção, e não pular sobre um pé só, porque isso aumenta o risco de quedas, sobrecarga, atrito ou entorse e lesão.
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