FONTE: REDAÇÃO Jairo Bouer, https://doutorjairo.uol.com.br/
Provavelmente você já reparou que algumas pessoas são
mais “resistentes” à bebida enquanto outras ficam bêbadas com facilidade. Mas
por que essas reações são tão diferentes?
Jairo Bouer começa explicando que a OMS (Organização
Mundial da Saúde) não estabelece nenhum “nível seguro” de consumo de
bebida alcoólica, mas o que se sabe é
que uma pessoa que bebe mais de duas doses por dia e não consegue ficar sem
beber pelo menos dois dias da semana pode estar sob maior risco.
“Além disso, a OMS define o que a gente chama de binge
drinking, que é o beber em exagero, como sendo cinco doses em uma mesma
ocasião para os homens e quatro doses para as mulheres. Então, esse já seria um
padrão mais pesado de consumo”, comenta o médico.
Existe bebida forte e bebida fraca?
Muita gente pode considerar alguns tipos de bebida como
“mais forte”, mas Jairo explica que isso não existe. “Bebida é bebida. Não é
porque é destilado ou fermentado que uma é mais forte do que a outra. O que
existe é uma diferença na concentração de álcool nas bebida”.
Ele explica que o comum é trabalhar com a chamada “dose
padrão”, ou seja, uma lata de cerveja, por exemplo, equivale a um cálice de
vinho, que por sua vez equivale a uma dose de destilado.
“Se a gente for
pensar nessas quantidades e nessas bebidas diferentes, não existe uma mais
forte ou mais fraca. Elas são equivalentes”.
Por que algumas pessoas são mais resistentes e outras menos?
Isso varia muito e pode ter até um fator genético que
explique. Mas o fato é que sim, algumas pessoas são mesmo mais resistentes ao álcool, porém, Jairo alerta: “mesmo uma pessoa mais resistente pode ter
variações ao longo de sua vida, dependendo do contexto emocional e até da
situação em que ela se encontra”.
Misturar diferentes tipos de bebida é mais efetivo para
embebedar?
Não, isso é um mito! O que importa é a quantidade total
de álcool que está presente na bebida. Vale lembrar também que o sabor da
bebida, como por exemplo uma mais doce, não embriaga mais facilmente.
“O que
pode acontecer é que uma bebida mais doce, misturada a energético ou açúcar,
por exemplo, pode mascarar o gosto do álcool, e isso pode fazer com que a
pessoa acabe bebendo mais do que ela planejava”, explica Jairo.
Comer antes de beber muda alguma coisa?
Sim! Se seu estômago estiver cheio, a absorção de álcool
acaba acontecendo de uma maneira mais lenta e, portanto, o impacto da bebida no organismo vai
se distribuir de uma maneira mais homogênea. Já se o estômago estiver vazio, o
álcool é absorvido mais rapidamente.
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