segunda-feira, 26 de outubro de 2009

ENDOSCOPIA INOVA CONTRA O CÂNCER...

FONTE: Lilian Machado (TRIBUNA DA BAHIA).

Lesões e tumores benignos e malignos que podem surgir no tubo digestivo, que envolve estômago, esôfago, intestino grosso e delgado, pâncreas e vias biliares contam cada vez mais com técnicas de fácil identificação e cura. Mais de 20 procedimentos que diagnosticam e retiram tumores no aparelho digestivo foram mostrados ao vivo ontem no 35º Congresso Brasileiro de Endoscopia Digestiva, realizado no Centro de Convenções. O evento traz como tema central o tratamento precoce de cânceres. Na Bahia é alta a incidência de câncer de estômago e de intestino grosso (cólon). Endoscopia alta e baixa, colonoscopia, mucosectomia, enteroscopia, desinfecção em endoscopia e até uma cápsula que ao ser engolida capta imagens do sistema digestivo. Esses termos técnicos – alguns de função desconhecida pela grande população revelam formas de como se descobrir e tratar cânceres ainda em fase bastante inicial. Os procedimentos filmados no Hospital Roberto Santos foram apresentados de forma instantânea ontem para uma plateia de mais de 400 médicos. A apresentação dos métodos funcionou como cursos interativos ao vivo (hands-on), onde os participantes puderam fazer perguntas e tirar dúvidas. Atento à amostra das pequenas cirurgias, o médico residente de Goiânia, Leônidas Fernandes, disse que essa era uma iniciativa interessante, pois possibilita a troca de ideias e experiências entre os profissionais – tudo com a finalidade de melhorar o paciente. O gastro-endoscopista, Paulo Rabello Filho, que veio de Pernambuco também declarou que a exposição era uma oportunidade de aprimoramento. De acordo com o presidente do Congresso, Ramiro Mascarenhas, além de mostrar a viabilidade da endoscopia – exame que existe há mais de 50 anos, o evento pretende mostrar durante cinco dias, outras técnicas úteis no diagnóstico e no tratamento do câncer. “Algumas técnicas são cirurgias de mínima invasão que substituem a cirurgia comum”, afirma. Segundo ele, a endoscopia tradicional tem a função de tratar desde simples verminoses, até hemorragias e tumores. “O câncer gástrico pode ser associado a doenças do trato gastrointestinal comum, o que dificulta um diagnóstico precoce, daí a importância do exame endoscópico”, enfatiza. Só na região Nordeste, o câncer de estômago aparece em segundo lugar como causa de mortes em homens e quinto em mulheres. Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam esse tipo de doença como a quarta maior causa de morte no país, atrás somente do câncer de mama, próstata e pulmão.
FILMAGEM INTERNA – O congresso trouxe ainda a importância de novidades, como uma cápsula endoscópica, que se parece com um comprimido, mas que possui um sistema de lentes que fotografa duas fotos por segundo, permitindo um diagnóstico completo de todo o tubo digestivo. O custo da cápsula é de aproximadamente R$ 4 mil. Segundo o presidente do Congresso, a cápsula é uma revolução tecnológica que em horas dispara 57 mil fotos, arquivadas em uma espécie de cinto com um mini computador que é colocado na cintura e depois é eliminada nas fezes. “A única limitação é que ela apenas diagnostica, sendo usada principalmente em casos de hemorragia obscura não vista na endoscopia alta”, frisa.A cápsula endoscópica e enteroscopia – que permite ver todo o intestino delgado, não visível em outros exames são alguns dos procedimentos que ainda não estão disponíveis na rede pública de saúde. “Esperamos contar com a sensibilidade de nossas autoridades para que esses serviços cheguem aos hospitais públicos”, afirma Mascarenhas.Para o atendimento à população de baixa renda que não dispõe de plano de saúde, o presidente do Congresso chamou a atenção para o Hospital Roberto Santos – hoje referência em endoscopia do Estado. Segundo ele, há uma equipe 24 horas de plantão pronta para atender os casos de hemorragia digestiva. “Isso acontece muito em pessoas com cirrose, seja por vírus ou por álcool que formam varizes no esôfago que ao se romperem causam hemorragia e o paciente vomita sangue. Lá existem procedimentos que param o sangramento e tem 90% de eficácia”, enfatiza.

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