FONTE: Janio Lopo (TRIBUNA DA BAHIA).
Não me deixaram dormir. Pouco antes do meio- dia já tinha recebido dois telefonemas de amigos inescrupulosos (como é que se acorda alguém de madrugada, pô!) para me intimar à reinauguração de mais uma loja da Cesta do Povo, agora em Valéria.
Sabiam que há semanas venho denunciando, com base em relatório do atual governo, o rombo que pode chegar a R$ 1 bilhão na famigerada Ebal, que administra o programa criado por capricho pelo falecido ex-governador Antonio Carlos Magalhães. Ora, em vez de se apurar a fundo as falcatruas, a administração opta por expandir o monstrengo. Dedução lógica: está sobrando dinheiro nos cofres do Estado. Quero deixar uma coisa bem clara: não se trata de uma questão de governo, mas de Estado, que teima em alimentar um filhote de rinoceronte mesmo sabendo que a sua origem é predadora.
O bicho já nasceu com as garras afiadas em busca de moedas incapazes de estourar a sua imensurável pança. Ao invés de cortar o mal pela raiz, como se chegou a tentar no início, o governo alimenta-o como se fosse um filho predileto e insubstituível. A Ebal ganhou um padrastro muito mais permissivo do que o seu pai natural.
Aos meus amigos infames optei por virar-lhes a cara. Estavam de sacanagem comigo. Respondi-lhe com um versinho de Cazuza, Nilo Romário e George Israel: “Não me convidaram/Pra esta festa pobre/Que os homens armaram/Pra me convencer/apagar sem ver/Toda essa droga/Que já vem malhada/Antes de eu nascer.../Não me ofereceram/Nem um cigarro/Fiquei na porta/Estacionando os carros/Não me elegeram/Chefe de nada/O meu cartão de crédito/É uma navalha.../Brasil!/Mostra tua cara/Quero ver quem paga/Pra gente ficar assim/Brasil!/Qual é o teu negócio?/O nome do teu sócio?/Confia em mim...” O pior, voltando à Cesta do Povo, é que essa suposta caixa preta quer e vai se expandir. Estão previstas a abertura de mais 30 lojas.
Para competir contra quem? Ora, contra o armazém da esquina ou contra o armarinho do lado. Isso porque ela ( a Cesta) não tem como derrubar a concorrência da rede privada. Seus preços são iguais ou maiores e suas mercadorias têm menos variações que as dos supermercados de verdade. É surrealismo o governo, com tanto abacaxi para descansar, se preocupar em vender sal, açucar e café.
Para não esquecer de Cazuza, mandei o seguinte recado aos amigos inconvenientes: “ A tua piscina está cheia de ratos, tuas ideias não correspondem aos fatos...” Sei que eles não estão nem aí. É fácil, pois, fazer reverência com o chapeu alheio. Mas é assim, infelizmente, que o maestro conduz a orquestra.
Para encerrar, um trecho de “Lapinha” de Baden Powell e Paulo César Pinheiro: “ Quando eu morrer me enterre na Lapinha/Calça, culote, palitó almofadinha/Calça, culote, palitó almofadinha/Vai meu lamento vai contar/Toda tristeza de viver/Ai a verdade sempre trai/E às vezes traz um mal a mais/Ai só me fez dilacerar/Ver tanta gente se entregar/Mas não me conformei/Indo contra lei/Sei que não me arrependi/Tenho um pedido só/Último talvez, antes de partir/Quando eu morrer me enterre na Lapinha...”
Não me deixaram dormir. Pouco antes do meio- dia já tinha recebido dois telefonemas de amigos inescrupulosos (como é que se acorda alguém de madrugada, pô!) para me intimar à reinauguração de mais uma loja da Cesta do Povo, agora em Valéria.
Sabiam que há semanas venho denunciando, com base em relatório do atual governo, o rombo que pode chegar a R$ 1 bilhão na famigerada Ebal, que administra o programa criado por capricho pelo falecido ex-governador Antonio Carlos Magalhães. Ora, em vez de se apurar a fundo as falcatruas, a administração opta por expandir o monstrengo. Dedução lógica: está sobrando dinheiro nos cofres do Estado. Quero deixar uma coisa bem clara: não se trata de uma questão de governo, mas de Estado, que teima em alimentar um filhote de rinoceronte mesmo sabendo que a sua origem é predadora.
O bicho já nasceu com as garras afiadas em busca de moedas incapazes de estourar a sua imensurável pança. Ao invés de cortar o mal pela raiz, como se chegou a tentar no início, o governo alimenta-o como se fosse um filho predileto e insubstituível. A Ebal ganhou um padrastro muito mais permissivo do que o seu pai natural.
Aos meus amigos infames optei por virar-lhes a cara. Estavam de sacanagem comigo. Respondi-lhe com um versinho de Cazuza, Nilo Romário e George Israel: “Não me convidaram/Pra esta festa pobre/Que os homens armaram/Pra me convencer/apagar sem ver/Toda essa droga/Que já vem malhada/Antes de eu nascer.../Não me ofereceram/Nem um cigarro/Fiquei na porta/Estacionando os carros/Não me elegeram/Chefe de nada/O meu cartão de crédito/É uma navalha.../Brasil!/Mostra tua cara/Quero ver quem paga/Pra gente ficar assim/Brasil!/Qual é o teu negócio?/O nome do teu sócio?/Confia em mim...” O pior, voltando à Cesta do Povo, é que essa suposta caixa preta quer e vai se expandir. Estão previstas a abertura de mais 30 lojas.
Para competir contra quem? Ora, contra o armazém da esquina ou contra o armarinho do lado. Isso porque ela ( a Cesta) não tem como derrubar a concorrência da rede privada. Seus preços são iguais ou maiores e suas mercadorias têm menos variações que as dos supermercados de verdade. É surrealismo o governo, com tanto abacaxi para descansar, se preocupar em vender sal, açucar e café.
Para não esquecer de Cazuza, mandei o seguinte recado aos amigos inconvenientes: “ A tua piscina está cheia de ratos, tuas ideias não correspondem aos fatos...” Sei que eles não estão nem aí. É fácil, pois, fazer reverência com o chapeu alheio. Mas é assim, infelizmente, que o maestro conduz a orquestra.
Para encerrar, um trecho de “Lapinha” de Baden Powell e Paulo César Pinheiro: “ Quando eu morrer me enterre na Lapinha/Calça, culote, palitó almofadinha/Calça, culote, palitó almofadinha/Vai meu lamento vai contar/Toda tristeza de viver/Ai a verdade sempre trai/E às vezes traz um mal a mais/Ai só me fez dilacerar/Ver tanta gente se entregar/Mas não me conformei/Indo contra lei/Sei que não me arrependi/Tenho um pedido só/Último talvez, antes de partir/Quando eu morrer me enterre na Lapinha...”
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