quarta-feira, 7 de julho de 2010

CAIU DUNGA E FICOU BRANCA DE NEVE...

FONTE: Jolivaldo Freitas, TRIBUNA DA BAHIA.

A Globo parece desmiolada. Os grandes jornais perderam o tino. Ninguém está fazendo uma avaliação sensata dos bastidores no caso da Seleção Brasileira ter passado vergonha na África do Sul. A culpa de perdermos a Copa do Mundo não é somente de Dunga. Felipe Mello, Jorginho e Júlio César. A culpa é também de Ricardo Teixeira, que como uma Branca de Neve, era responsável pelos anões e ninguém consegue derrubar o seu castelo. A Holanda, a Bruxa má, pelo menos deu um bom chega pra lá.
Qual será o motivo de ninguém estar querendo puxar o tapete do presidente da CBF é uma incógnita, como o é até hoje qual o tipo de veneno que a madrasta colocou na maçã e o que os anões faziam com Branca de Neve nas escuras e frias noites da floresta ou nas minas de diamante.
Alguém tem de começar a perguntar se não é um bom momento, neste em que a CBF fala de renovação da Seleção Brasileira, se não é de bom tom começar a renovação na entidade máxima (que vem sendo mínima) do futebol brasileiro. Lembre que quando Dunga foi escolhido para ser técnico justamente pelo Ricardo Teixeira, este locutor que vos fala chamou a atenção para a temeridade que era colocar à frente da nossa seleção, um jogador que foi medíocre, adepto do futebol-chute-nos-bulhões e dedada-nos-olhos ou enfiada-de-dedo-no-tonho, e que mostrara ser totalmente desmiolado, desabutinado, desarvorado e psicótico.
Ninguém ligou, todo mundo engoliu calado e como o cara começou a ganhar uns torneios ali no campinho de Cajazeiras, um baba em Mussurunga, um racha em Canabrava, todo mundo achou que ganhando estava bem. Ninguém atentou para este locutor quer clamava nos alto-falantes da Feira de São Joaquim em rede com o Juliano Moreira, que o time de Dunga era tão ruim que os dois times que jogam o longo campeonato da Praia do Barravento, no Farol da Barra (são apenas os dois que disputam o ano inteiro até que um desiste e o outro é campeão, ou de tanta porrada um time fica sem reforço) ganhariam com facilidade.
Comparando, por exemplo, o time que pratica o valoroso esporte bretão lá no campo de barro, areia e buraco do Mont Serrat, de onde venho, perto da Boa Viagem, onde morei, posso assegurar que o goleiro Mão de Onça é melhor que Júlio César. Vadinho Coração de Barata (zagueiro chamado assim por não mostrar o menor sentimento e chegar rasgando) é mais que Juan.
Eraldo Carniceiro bate mais e com mais classe que Felipe Mello. Tem até uma história que ele numa partida quebrou seis dentes de um adversário. Na semana seguinte jogam contra novamente e ele quebrou a dentadura novinha do mesmo atacante.No meio campo Vavá Suvaco de Alho – e nem precisa explicar a origem da alcunha – domina com as duas pernas, para no peito e lança a mais de 30 metros, o que equivale dizer que a essa altura a bola já ultrapassou o campo e bateu na parede do Forte ou caiu lá pela Ponta do Humaitá.
Dizem que ele é tão perfeito no lançamento que certa vez apostou que enfiaria a bola, num chute longo do campinho, na boca do canhão. Chutou, acertou e a bola só não ficou enfiada por que o canhão estava enferrujado e furou a pelota.
Atacantes melhores que Luis Fabiano lá no campo à beira-mar tem de carrada. Ademir Brilhantina é um dos. Seu apelido vem em função do topete que mantém formado desde os anos 60. Consegue cabecear a bola com tanta força que parece um coice. Ninguém olha o gol.
A curiosidade é ver se o cabelo assanhou. Certa vez um fio pulou fora e a torcida gritou: “ôoooo”. Ele morreu de vergonha, saiu correndo, mergulhou na Praia da Boa Viagem e só saiu na Praia da Ribeira, longe dos olhos curiosos.
Mas, como eu ia dizendo, a culpa de existir Dunga, de passarmos vergonha para o mundo, de passarmos a impressão que todo brasileiro é frouxo e tem as pernas bambas e que fazemos xixi nas calças e temos medo de alma penada é de Ricardo Teixeira. Um dinossauro. Um espectro à frente do futebol brasileiro. Fora Ricardo Teixeira. Bola pra frente Brasil. Bolas pra frente Larissa Riquelme.

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