segunda-feira, 12 de julho de 2010

REMÉDIOS ESPECÍFICOS SÃO ARMAS CONTRA CÂNCER...

FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
A busca de medicamentos ultra-específicos que vêm ao encontro de características particulares da genética da célula cancerosa em estudo é uma grande tendência da medicina. A situação foi mostrada em recente congresso da American Society of Clinical Oncology (ASCO). Segundo Artur Malzyner, médico oncologista do Hospital Albert Einstein, o encontro discutiu como encontrar as chaves adequadas em busca de tratamentos específicos para tipos específicos de câncer que podem ser caracterizados de acordo com a genética das células cancerosas.

Outro aspecto é a tendência de sucesso que existe nas terapêuticas, assim chamadas dirigidas, não necessariamente dirigidas para alvos genéticos, mas para alvos relacionados com a progressão. Segundo o dr. Malzyner, muitos aspectos relacionados a angiogênicos foram muito enfatizados no congresso.

“Os resultados dos estudos mostram as mudanças que vão se processando na oncologia. Desde a busca de chaves para evitar a progressão da célula cancerosa, até para evitar a progressão do câncer, que impedem a progressão dos vasos sangüíneos que alimentam o câncer.” Um dos estudos que enfatizou esse assunto foi o de bevacizumabe em câncer de ovário e de glioblastoma.

Esses estudos mostram o aspecto de terapias dirigidas a certos alvos, não da célula cancerosa, mas relacionados a possibilidade das células cancerosas, de conseguir alimentação e nutrição por meio do vaso sangüíneo. O bloqueio deste segmento da progressão da célula cancerosa é um passo importante no tratamento do câncer.

“Com esse ASCO pode-se notar que de alguma maneira vai se fechando o cerco na progressão do câncer, tanto na célula cancerosa em si, como no seu micro ambiente celular em que novos achados parecem reforçar a importância de evitar que a célula cancerosa consiga a vascularização”, comenta dr. Malzyner.

Buscar a nova tendência de evitar a progressão ou produzir a regressão de um câncer baseado nas características genéticas, específicas daquela célula cancerosa, parece uma grande tendência do momento. Houve um grande reforço na utilização de vários medicamentos na manutenção, como o erlotinib em câncer de pulmão que são dados definitivos que mostram a importância desse medicamento na doença, e o rituximabe na manutenção do tratamento do pacientes com linfoma indolente.

Os dados do estudo de Fase III PRIMA, da Roche, mostram que o uso continuado de MabThera® (rituximabe), por dois anos, em pacientes com linfoma indolente dobrou a probabilidade desses pacientes viverem mais tempo sem a doença. Isso porque, como a doença é incurável, os pacientes podem ter várias reincidências. Porém, vale ressaltar que cada recaída, a remissão vai ficando mais curta e, com isso, a qualidade de vida do paciente é prejudicada. Com o uso continuado só com rituximabe, depois do tratamento padrão, o risco de recaída foi reduzido em 50% e, consequentemente, prolongada a remissão da doença.

Depois de dez anos sem um medicamento novo para o tratamento de câncer de ovário, os resultados do estudo de Avastin® (bevacizumabe) no tratamento de mulheres com essa doença foi uma grande novidade. O estudo GOG 0218 é o primeiro de Fase III de um medicamento antiangiogênico em câncer de ovário avançado que consegue alcançar o objetivo primário.

O estudo mostrou que a combinação de Avastin® (bevacizumabe) com carboplatina e paclitaxel, seguida do uso isolado de Avastin® (bevacizumabe), aumentou o período de vida sem agravamento da doença (sobrevida livre de progressão) em mulheres com câncer de ovário avançado não tratado previamente, em comparação ao uso somente de quimioterapia com carboplatina e paclitaxel. Houve uma redução de 28% no risco de progressão ou morte pela doença.

O bevacizumabe é uma realidade em praticamente todos os cânceres conhecidos. Avastin® (bevacizumabe) representa uma nova geração de medicamento para câncer e, nesses seis anos desde sua primeira aprovação, Avastin® (bevacizumabe) beneficiou pessoas que sofrem de cinco diferentes tipos de câncer incuráveis: mama, colorretal, glioblastoma (câncer cerebral), pulmonar (não pequenas células) e renal. Muitas dessas pessoas conseguiram viver mais tempo sem a progressão da doença.

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