quinta-feira, 1 de julho de 2010

A SUCESSÃO NA BAHIA...

FONTE: IVAN DE CARVALHO, TRIBUNA DA BAHIA.

Só para não deixar passar em branco. Em análise sobre a escolha do candidato a vice-presidente na chapa do tucano José Serra, afirmei aqui, na terça-feira, que o PSDB fez tudo errado. Referia-me ao espantoso e insólito episódio da composição da chapa para a Presidência da República, mas não somente a isto.
No episódio mencionado, o comando do PSDB avaliou que o Democratas não teria alternativa e, assim, não teria como recusar a imposição de um vice tucano. Errou feio. O DEM, irritado, sob a perspectiva da humilhação e da desmoralização como força política, foi ao tudo ou nada. Ou indicaria o vice de Serra ou não integraria a coligação com o PSDB, o PTB e o PPS.
Os tucanos recuaram, retiraram o nome do senador Álvaro Dias (um nome de méritos pessoais e políticos) e aceitaram a indicação do deputado de primeiro mandato federal, democrata fluminense Índio da Costa, um jovem, relator, na Câmara, do Projeto Ficha Limpa, de iniciativa popular e que se transformou em lei. Índio se projetou nacionalmente em 2008, quando foi sub-relator da CPI mista dos Cartões Corporativos. Também como autor de algumas das principais denúncias de mau uso de verbas federais.
Mas os tucanos erraram em muitas outras coisas. O erro maior foi botar panos quentes quando o governo Lula, em seu primeiro mandato, agonizava com o Escândalo do Mensalão e o então PFL (hoje DEM) defendia uma estratégia de ataque implacável, capaz de inviabilizar a candidatura de Lula à reeleição e até, se fosse o caso, levar ao impeachment ou forçar a renúncia.
Os tucanos não queriam isso, queriam enfrentar nas eleições um Lula desgastado, aos farrapos, “sangrando”, como disse o ex-presidente FHC. Erro de cálculo tucano: o PSDB, com isso, deu a Lula condições e tempo para dar a volta por cima e renovar o mandato.
Bem, parece que a sucessão na Bahia está entrando como assunto secundário, apesar do título. Mas vamos a ela. Sondagens de tendências eleitorais feitas nos últimos dias põem o governador petista Jaques Wagner em situação privilegiada, bem distanciado do democrata Paulo Souto (que desde anteontem tem afinal sua chapa completa) e mais ainda do peemedebista Geddel Vieira Lima.
Jornalisticamente inaceitável não registrar: a ascensão do governador, que já ocorre há alguns meses, coincide (não estou afirmando que decorre somente disto) com uma intensa propaganda do governo baiano na mídia.
Uma nova fase da campanha eleitoral começa no final desta semana, pois a partir do dia 3 fica vedada toda propaganda do governo estadual (pois o governador é candidato), exceto quando se tratar de comunicações ou informações de estrita utilidade pública. Quem vai poder anunciar, se quiser, é a prefeitura de Salvador, onde o prefeito peemedebista não é candidato a nada. Esta fase se aprofunda a partir do dia 6, quando começa a propaganda eleitoral às custas dos partidos. E finalmente começa uma outra fase em 17 de agosto, quando tem início a propaganda eleitoral gratuita no rádio e televisão. Os principais concorrentes de Wagner estarão aguardando as novas fases para tentar mudar a situação. Em tempo: muito mais há a dizer sobre este assunto, evidentemente.

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