quarta-feira, 24 de novembro de 2010

CÂNCER DE PELE: UM MAL INVISÍVEL...

FONTE: Lucy Andrade, TRIBUNA DA BAHIA.
O câncer de pele é o mais comum no Brasil e 25% dos casos correspondem a tumores malignos. Com a proximidade do verão, alguns cuidados preventivos devem ser adotados. Os tipos mais comuns de câncer de pele, que correspondem a 90% dos casos, são justamente os decorrentes da intensa exposição à luz do dia, provocados pelo efeito cumulativo da radiação solar.
De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA), no Brasil são registrados, por ano, 120 mil novos casos, destes, cerca de 5% são melanomas, os principais responsáveis por mortes. O tipo não melanoma é o de maior incidência entre os brasileiros - 114 mil diagnósticos - o que corresponde a 23% de todos os tumores registrados.
Para esclarecer a população sobre o risco dessa doença e a adoção de medidas preventivas, a Sociedade Brasileira de Dermatologia promove 12ª edição da Campanha Nacional de Prevenção do Câncer de Pele, no próximo dia 27.
O evento será realizado das 7h às 13h, em postos de saúde, onde serão oferecidos exames completos da pele, palestras e orientações sobre os cuidados com a exposição solar, prevenção, autoexame e descoberta precoce da doença.
Os casos com suspeita de câncer de pele serão imediatamente encaminhados para tratamento gratuito, incluindo cirurgias. Riscos e como prevenir - O sol, o maior vilão da estação, conforme a dermatologista, especializada em pele, Adriana Ribeiro Nunes, é o inimigo número um da pele, não apenas pelo câncer, mas também pelo envelhecimento.
O sol emite dois tipos de radiação ultravioleta. “O UVB é o que queima e traz o risco de câncer, e o UVA é responsável pelo envelhecimento. A pele é o maior órgão do nosso corpo e não recebe os cuidados devidos”, pontuou.
Os tipos mais comuns de câncer são: o melanoma - que é mais grave, porque dá metástase em um piscar de olhos. “Normalmente aparece como uma pinta que muda de cor, tamanho ou forma.
E pode afetar tanto jovens a partir de 30 anos de idade, como, em crianças, apesar de raro”, ressaltou. O mais frequente é o carcinoma basocelular, que é também o menos grave, por não invadir outros tecidos. O segundo tipo mais comum, explicou o demartologista, é o carcinoma espinocelular, que costuma aparecer a partir dos 50 anos de idade e se caracteriza por lesões pequenas.
Além do sol, há outros fatores de risco, entre eles a genética, por isso é importante saber se na sua família existe ou existiram casos da doença, porque eles entram nos cálculos do risco de desenvolvê-la.
CUIDADO REDOBRADO PARA PELES CLARAS.
A cor da pele também é um fator importante, pessoas de pele clara estão mais propensas a desenvolver a doença, e quanto mais branca, maior é o risco. “Essas pessoas têm muito pouca concentração de melanina, responsável pela proteção da célula da pele. Contudo, todos estão na mira do câncer, tantos homens e mulheres de pele negra podem desenvolver”, ressaltou.
Assim como existe o auto-exame para mama, existe para a pele também. Pintas, manchas e sinais merecem atenção especial. Observe-se de frente, de costas e os lados direito e esquerdo; dobre os cotovelos e olhe cuidadosamente as mãos, antebraços, braços e axilas; examine as partes da frente, de trás e dos lados das pernas, além da região genital; sentada, examine atentamente a planta e o peito dos pés, assim como entre os dedos; depois, vasculhe o couro cabeludo, pescoço e orelhas.
Aspectos que parecem inocentes podem ser um sinal de alerta e motivo para procurar um dermatologista. Como feridas na pele que demoram a cicatrizar, e que variam de tamanho, cor, forma, assim como sinais, manchas, verrugas que ardem, coçam, descamam ou sangram.
“Se a pessoa identificar alguma lesão na pele com uma metade diferente da outra, contorno indefinido com várias cores, o mais rápido possível deve procurar um dermatologista”, alertou Adriana Ribeiro.
Aquela pele bronzeada, “torrada”, pode ser um perigo para o futuro, pois a principal causa para o aparecimento do câncer de pele é a exposição excessiva à radiação ultravioleta dos raios solares. De acordo com a dermatologista, o bronzeamento é uma agressão à pele, que reage ao receber uma carga exagerada de radiação solar. Os efeitos do sol são cumulativos, por isso é comum que as lesões apareçam na maioria das vezes após os 40 anos.
Algumas medidas ajudam a prevenir o câncer de pele. Deve-se evitar a exposição direta ao sol das 10h às 16h e usar filtro solar com fator de proteção igual ou superior a 15, fazendo reaplicações a cada duas horas. Os praieiros devem ficar atentos, pois sem a proteção das barracas, levar o sombreiro é uma boa opção, e usar chapéu também ajuda.
O tratamento do câncer pode ser feito através de cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula óssea. Em muitos casos, é necessário combinar mais de uma modalidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário