domingo, 28 de novembro de 2010

TAMPANDO O SOL COM A PENEIRA...


Até quando vamos assistir as cenas de jovens se matando?
Ora, são alunos de colégios particulares que se enfrentam; ora namorados que ateiam fogo “por amor”; filhos que matam seus pais para os jogarem em lagoas, latas de lixo, à beira da estrada e de ruas.
Que mundo é este em que o ser humano se transforma cada dia numa besta-fera e num predador sem remorso, e ainda assim é justificado em seus atos?
Para a juventude de hoje é negociado; amor, afeto, respeito, compromisso e responsabilidade fazem parte de jogo maligno do poder.
Tanta preocupação com o satisfazer as vontades, tanta necessidade de compreender a “mocidade” e não ser retrógrado tem levado inúmeras famílias, de diferentes classes sócias, a compartilharem os dias e horários de visitas aos pavilhões da FEBEM e das penitenciarias estaduais.
Aprisionada, a nossa melhor porção do futuro reflete a total falta de condição de nossa parte de lidar com limites, de estabelecê-los a fim de não nos transformarmos no que somos: reféns dos desmandos da libertinagem.
O sabor da conquista já não resiste à facilidade da troca e da entrega; o desejo do desafio foi superado pelas benesses que exigem menos disciplina e determinação e a imposição do querer concluiu o bloqueio do que restou de um monólogo cheio de ruídos.
As sábias experiências dos “adultos” não interessam mais, uma vez que não conseguem alcançar os anseios e atender às expectativas de uma vaidade incomensurável.
Infelizmente, as moças se vestem de maneira vulgar expondo corpos ainda em formação, se pintam- não se maquiam-, trocam a cor do cabelo como se troca de roupa e da mesma forma se mutilam para se transformarem em vitrines de metais.
Por sua vez, os rapazes apelam para o exibicionismo, para hábitos agressivos e para o consumo do álcool para disfarçarem uma insegurança natural da idade.
No ambiente virtual ambos colocam suas fotos, fazem amigos que sequer sabem se de fato são as pessoas cujos rostos vêem estampados, dividem histórias e ampliam sentimentos com quem nunca tiveram um contato visual.
Assustadoramente convivem bem com a possibilidade de farsa e dissimulação, alimentado comportamentos medíocres através dos quais sustentam suas frágeis e, muitas vezes, fatais relações.
Aparentemente não há mais autoridade que consiga subjugar o que não foi não é um tempão será a expressão da verdadeira liberdade.
Como gado conduzido ao matadouro, a sociedade tem testemunho o uso desgraçado do livre arbítrio. E não é só dos jovens inexplicáveis, não, mas nosso também, até porque é na falta do diálogo de compreensão, de sinceridade e interesse pelo outro que dentro dos lares estes monstros que nos afrontam são criados.
Em muitas situações gritantes, nas quais os sintomas de desvio de caráter se mostram, dando sinais de que é o momento de coibir seu avanço, o medo da acusação de má criação e desleixo reendossa o erro, colaborando para que todos se tornem prisioneiros da mentira, disfarçada de ingenuidade.
Desde que o mundo, os maus desígnios do coração do homem têm aborrecido a Deus, que logo nos primeiros capítulos de Gênesis não esconde seu sentimento de tristeza, mas nem por isso desistiu ao longo da história da humanidade de exortar, de resgatar com autoridade e amor a ninguém, e isso se estende a todos nós e os terríveis dias atuais.
É preciso parar de transferir a culpa do mau caráter dos filhos para os filhos dos outros, pois só quando se parar de tampar o sol com a peneira é que será possível pôr ordem nos caos que se instalou dentro e fora de casa.

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