FONTE: Folhapress, TRIBUNA DA BAHIA.
O consumo por adolescentes de líquidos de higiene bucal e álcool gel como se fossem bebidas alcoólicas tem preocupado as autoridades americanas. Um adolescente chegou a morrer no Novo México após o uso do produto, destilado artesanalmente.
Nos últimos meses, vários adolescentes acabaram no hospital depois de terem se embriagado com estes produtos. Diversos casos foram registrados em Los Angeles.
Cyrus Rangant, diretor do escritório de toxicologia do Serviço de Saúde Pública e consultor do Hospital Infantil de Los Angeles, afirmou que já atendeu pacientes com sintomas como fala enrolada, falta de equilíbrio e mudanças no estado mental.
"São necessários apenas alguns goles e você tem um adolescente bêbado. Não há dúvida de que isto é perigoso", disse Rangant ao jornal "Los Angeles Times".
Ainda não se sabe o tamanho do problema nos Estados Unidos, mas especialistas da área de saúde afirmam que uma tendência pode estar nascendo entre os jovens, principalmente nos Estados da Califórnia e Novo México.
RECEITA NA INTERNET.
Apesar de o número de casos ainda ser relativamente pequeno, Rangant afirmou ao jornal que a prática pode facilmente se transformar em um problema maior. Líquidos de higiene bucal e álcool gel são baratos e acessíveis.
Além disso, alguns adolescentes estariam encontrando na internet receitas para destilar estes produtos e transformá-los em álcool puro.
Isto deixa o produto final com teor alcoólico altíssimo, já que o álcool gel usa uma fórmula de no mínimo 60% de álcool para matar bactérias.
A polícia de Albuquerque, no Estado do Novo México, relatou que os efeitos causados por estes produtos podem ser diarreia, problemas de visão, cegueira, problemas de memória, danos a órgãos do corpo, alguns destes irreversíveis.
No Novo México já foi registrada uma morte devido ao consumo de líquidos de higiene bucal.
Especialistas em saúde aconselharam os pais a manterem estes produtos fora do alcance dos adolescentes.
"Nos últimos anos, eles (os adolescentes) já ingeriram todo tipo de coisa. Xarope para tosse chegou a ser muito atraente, jovens usaram isto... Queremos ter certeza de que isto não aproveite a mesma tendência", disse ao "Los Angeles Times" a médica Helen Arbogast, coordenadora do programa de prevenção a ferimentos e traumas do Hospital Infantil de Los Angeles.
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