quinta-feira, 28 de junho de 2012

ESTUDO BRASILEIRO INDICA QUE HORMÔNIO PODE INIBIR CÂNCER...


FONTE: Terra, TRIBUNA DA BAHIA.

Um grupo de pesquisadores do programa de pós-graduação em genética da Unesp de São José do Rio Preto (SP) divulgou, na última segunda-feira, um estudo que indica que a melatonina, hormônio secretado pela glândula renal, diminui a viabilidade das células mamárias neoplásicas, aquelas que causam tumores.

No Laboratório de Investigação Molecular do Câncer (LIMC) da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, os pesquisadores cultivaram células de fragmentos tumorais de mama de cadelas e de linhagens tumorais de câncer de mama humano, tratadas com melatonina.

"A melatonina é um hormônio produzido naturalmente no organismo, mas verificou-se que em determinadas fases de nossas vidas produzimos menos e se tomássemos doses dela ela teria uma ação importante em vários sistemas, inclusive impedindo que estes vasos se formassem no tumor. O resultado disso é a diminuição do crescimento tumoral e até a regressão do tumor, importantíssimo como alternativa terapêutica", explica a professora Débora Zuccari, coordenadora do grupo de pesquisa.

Este experimento já vem sendo testado em vários tipos de câncer, mas o estudo relacionado com a formação de vasos (angiogênese) e tumor de mama é inédito.

O tumor cresce de forma descoordenada e rápida e as células precisam de oxigênio para produzir energia senão elas morrem. As células tumorais sentem que tem pouco oxigênio e ativam genes que estimulam células a construir novos vasos para que o sangue traga oxigênio até elas. A partir desta descoberta, as pesquisas focaram em tentar impedir que os vasos sejam formados, para o tumor morrer.

Débora diz que a utilização do agente seria como hormônio-terapia, do mesmo modo que se faz a reposição hormonal em mulheres na menopausa ou como o uso de contraceptivos hormonais, em que a mulher toma doses diárias de hormônios que irão atuar em seu organismo.

Ainda não é possível prever daqui a quanto tempo esse método poderá ser utilizado em pacientes portadoras de câncer de mama, já que antes é necessário a realização de pesquisas clínicas em humanos para a confirmação da eficácia e adequação da dose.

"Os testes em pessoas seguem trâmites muito rígidos e precisam ser estabelecidos primeiro em animais. Dependendo dos resultados dos trabalhos inicia-se esta fase da pesquisa", conclui a pesquisadora.

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