quarta-feira, 7 de agosto de 2013

NÃO SE DESESPERE! SAIBA QUAL É A HORA CERTA DE LEVAR UMA CRIANÇA AO HOSPITAL...

FONTE: Raquel Paulino/iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.

            

Diante de um quadro inesperado de febre, diarreia ou vômito infantil, não é raro os pais ficarem desesperados e, quase sem pensar, correr com o filho para o pronto-socorro. Claro que a decisão é tomada com a melhor das intenções, pensando apenas no bem do pequeno, mas muitas vezes a ida ao hospital poderia - e deveria - ser evitada.

“A situação da criança só é preocupante se ela não conseguir desenvolver suas atividades normalmente, ficar prostrada pelos cantos. Se ela estiver andando, falando e com vitalidade, o ideal é primeiro ligar para o pediatra dela e pedir orientações. Ele deverá orientar se é para ir ao pronto-socorro ou não”, aconselha a pediatra e neonatologista Camila Lima Reibscheid, do Hospital e Maternidade São Luiz.

Para tanto, naturalmente, é essencial contar com um profissional que disponibilize um canal aberto com a família, como explica Maria Amparo Martinez, pediatra do pronto-socorro do Hospital Santa Catarina: “Quem acompanha o desenvolvimento da criança é que sabe melhor como cuidar dela. Ter um médico que conheça seu filho, para quem se possa telefonar a qualquer momento, é o ideal”. 

“As mães precisam lembrar que pronto-socorro não é consultório.

Aquelas que têm muitos compromissos acabam indo com os filhos ao atendimento de emergência para tudo, como um substituto do pediatra. Isso é ruim, porque não há continuidade no tratamento daquela criança. Hoje é um médico atendendo, no próximo plantão será outro”, enfatiza Camila. Portanto, nada de usar a correria do dia a dia como desculpa: um pediatra fixo é necessário.


Exposição a doenças e outros riscos.
Além de ocupar o tempo de que uma criança realmente doente precisaria para ser atendida, uma ida desnecessária ao pronto-socorro representa potenciais riscos. “O filho é exposto a muitas coisas erradas, mas principalmente a um mau exemplo de controle de situação, já que aquela visita não terá resultado prático nenhum, e a doenças que pacientes na sala de espera carregam. Às vezes, a criança entra saudável e sai doente”, afirma Maria.

Camila complementa: “Há, ainda, a exposição a uma fila de espera cansativa, ao medo e à coleta para exames dispensáveis”.

As duas pediatras orientam, dentro das situações que mais comumente amedrontam os pais, quando a criança realmente deve ser levada ao pronto-socorro.


Febre. 
Isoladamente, não é algo ruim, e a temperatura mais alta não é indicativo da gravidade da situação (39°C não são necessariamente mais graves que 37°C). Se a febre vier acompanhada de sintomas como vômito, diarreia, tosse ou manchas na pele, a ida ao pronto-socorro é necessária, assim como se a criança ficar prostrada mesmo quando os picos de febre passarem. Se não for o caso, dá para esperar 48 horas até fazer uma visita ao hospital.


Queda. 
Um segundo de distração e a criança já está no chão. O pior é que nem sempre dá para ver que parte do corpo ela bateu, se houve contusão na cabeça ou não. Por isso, este é um caso em que ir ao pronto-socorro é recomendável, para fazer as devidas radiografias em caso de dor (um osso pode estar trincado ou fraturado) e tomar outras providências adequadas.


Vômito. 
A criança vomita sem parar, está fraca e sem ação, com olhos fundos e boca seca? Precisa ir ao pronto-socorro para receber hidratação e ser tratada do que estiver causando esse quadro. Se não for o caso e ela estiver vomitando, mas mantendo a vitalidade, ligue para o pediatra e veja a possibilidade de dar algum remédio para ela. Apenas se os vômitos não cessarem após o efeito do medicamento é que uma visita ao hospital se justifica.


Diarreia. 
Se houver sangue nas fezes ou a diarreia for acompanhada de uma cólica que não passa, não pense duas vezes e leve seu filho ao pronto-socorro. Se vômito fizer parte do quadro, também é necessário levá-lo ao hospital, para que ele receba hidratação imediata.


Engasgo. 
Um engasgo que provoque boca roxa e letargia é um caso em que não dá tempo nem de ligar para o pediatra: pegue seu filho e corra com ele ao pronto-socorro mais próximo. Ele precisará de atendimento imediato para evitar complicações mais graves. Se o caso for muito grave, antes de ir para o hospital, ligue para o serviço de emergência para orientações. Deixar telefones importantes sempre visíveis é importante em situações assim.


Tosse. 
Crises de tosse que não passem e façam a criança ficar cansada e com dificuldade para respirar requerem uma visita ao pronto-socorro, pois podem indicar uma doença ainda não diagnosticada.


Queimadura. 
Quando a extensão for grande – a criança coloca as mãos na porta do forno, por exemplo –, o atendimento do pronto-socorro é essencial. Lá as bolhas serão adequadamente tratadas para evitar cicatrizes restritivas de movimentos, já que os órgãos ainda vão se desenvolver. Se a queimadura levantar uma ou duas bolhas apenas, basta uma limpeza com soro fisiológico em casa e o cuidado de não estourá-las, para evitar o risco de infecções.


Dor de ouvido. 
Se com remédios indicados pelo pediatra e bolsa de água quente a dor de ouvido não passar em três horas, pode levar a criança ao hospital. Nesse período, é importante acalmá-la e explicar que quanto mais ela gritar, mais dor sentirá.


Convulsão. 
Pequena ou grande, uma ou múltiplas: a convulsão é dos poucos casos em que a ligação para o pediatra é dispensável. Leve seu filho imediatamente ao pronto-socorro mais próximo e de lá telefone para o médico, para que juntos, de acordo com o diagnóstico do hospital, vocês decidam o que fazer.


Tremores. 
Tremedeiras intensas, com lábios roxos, pontas dos dedos roxas e febre justificam a ida ao pronto-socorro, pois podem ser sintomas de uma infecção mais grave, como a urinária, que precise de antibiótico na veia. 

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