FONTE: Raquel Paulino/iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
Carne, leite, feijão, arroz,
farinha, tomate, batata, pão, café, banana, açúcar, óleo e manteiga. Estes são
os 13 itens que compõem a cesta básica brasileira, em quantidades que variam de
acordo com a tradição alimentar de cada
região (mais carne nos estados do Sul e mais tomate nos do Nordeste, por
exemplo). Incorporá-los ao cardápio do dia a dia, afirma Valéria Goulart,
médica nutróloga da Associação Brasileira de Nutrologia, “é importante para
fornecer ao corpo os carboidratos, proteínas e gorduras necessários para a
manutenção da saúde”.
Para aumentar seus benefícios de
cada refeição, é possível optar pelas versões orgânicas de cada um destes
produtos. “Eles são livres de agrotóxicos, resíduos químicos, hormônios e
antibióticos que podem causar danos à saúde, além de
mais ricos em nutrientes como cálcio, ferro, magnésio, fósforo, potássio e
zinco”, lista a nutricionista Carla Muroya, do Hospital Israelita Albert
Einstein. Valéria complementa: “Significa livrar-se de tudo de ruim que a
produção em larga escala coloca nos alimentos para que eles fiquem bonitos por
mais tempo e resistam a longos transportes até os pontos de venda”.
O grande problema dos alimentos orgânicos
no Brasil é o preço. Uma cesta básica composta exclusivamente por produtos
desse tipo é 81% mais cara que uma com itens convencionais.
A nutróloga Valéria explica por
que isso acontece:
“O alimento orgânico
é produzido em pequena ou média escala, muitas vezes em esquema familiar, e
suas safras são mais sujeitas a perdas, justamente por não terem químicas e
conservantes. Para haver algum lucro, é impossível vendê-lo pelo mesmo preço
que um grande distribuidor consegue praticar”.
Outra desvantagem que Carla aponta é a
apresentação dos orgânicos. “Como eles são cultivados de forma natural, suas
cores podem ser menos chamativas e seus formatos e tamanhos, irregulares”, diz.
Neste caso, faz-se necessário passar por cima das aparências. “É preciso muito
produto químico para manter um alimento viçoso depois de horas ou dias de
transporte. O orgânico pode não ser tão bonito, mas é melhor para a saúde”,
defende Valéria.
O que priorizar.
Caso a realidade financeira da casa não permita a adoção de uma cesta básica
totalmente orgânica, a substituição de alguns itens já é suficiente para
diminuir a quantidade de resíduos químicos na dieta diária. Valéria recomenda, prioritariamente, o tomate, a
batata e a banana: “São alimentos muito contaminados, porque o agrotóxico
penetra com mais facilidade pela casca. E, ao contrário do que muitos pensam, a
higienização caseira com água e vinagre não é suficiente para deixá-los
totalmente limpos”.
Trocar o açúcar pela versão
orgânica também é uma boa ideia. “O refinado é nutricionalmente nulo e recebe
muitas substâncias para ficar com aquela aparência e com aquele sabor. Em um
primeiro momento, algumas pessoas estranham o orgânico. Ele é um pouco
diferente, adoça menos. Mas, só de pensar na quantidade fantástica de cálcio,
magnésio e potássio que ele leva aos músculos, ele fica supergostoso”,
finaliza.
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