sexta-feira, 16 de agosto de 2013

QUANTO CUSTA SER ORGÂNICO?...

FONTE: Raquel Paulino/iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.

             

Carne, leite, feijão, arroz, farinha, tomate, batata, pão, café, banana, açúcar, óleo e manteiga. Estes são os 13 itens que compõem a cesta básica brasileira, em quantidades que variam de acordo com a tradição alimentar de cada região (mais carne nos estados do Sul e mais tomate nos do Nordeste, por exemplo). Incorporá-los ao cardápio do dia a dia, afirma Valéria Goulart, médica nutróloga da Associação Brasileira de Nutrologia, “é importante para fornecer ao corpo os carboidratos, proteínas e gorduras necessários para a manutenção da saúde”. 

Para aumentar seus benefícios de cada refeição, é possível optar pelas versões orgânicas de cada um destes produtos. “Eles são livres de agrotóxicos, resíduos químicos, hormônios e antibióticos que podem causar danos à saúde, além de mais ricos em nutrientes como cálcio, ferro, magnésio, fósforo, potássio e zinco”, lista a nutricionista Carla Muroya, do Hospital Israelita Albert Einstein. Valéria complementa: “Significa livrar-se de tudo de ruim que a produção em larga escala coloca nos alimentos para que eles fiquem bonitos por mais tempo e resistam a longos transportes até os pontos de venda”.

O grande problema dos alimentos orgânicos no Brasil é o preço. Uma cesta básica composta exclusivamente por produtos desse tipo é 81% mais cara que uma com itens convencionais.
A nutróloga Valéria explica por que isso acontece:

“O alimento orgânico é produzido em pequena ou média escala, muitas vezes em esquema familiar, e suas safras são mais sujeitas a perdas, justamente por não terem químicas e conservantes. Para haver algum lucro, é impossível vendê-lo pelo mesmo preço que um grande distribuidor consegue praticar”. 

Outra desvantagem que Carla aponta é a apresentação dos orgânicos. “Como eles são cultivados de forma natural, suas cores podem ser menos chamativas e seus formatos e tamanhos, irregulares”, diz. Neste caso, faz-se necessário passar por cima das aparências. “É preciso muito produto químico para manter um alimento viçoso depois de horas ou dias de transporte. O orgânico pode não ser tão bonito, mas é melhor para a saúde”, defende Valéria. 


O que priorizar.
Caso a realidade financeira da casa não permita a adoção de uma cesta básica totalmente orgânica, a substituição de alguns itens já é suficiente para diminuir a quantidade de resíduos químicos na dieta diária. Valéria recomenda, prioritariamente, o tomate, a batata e a banana: “São alimentos muito contaminados, porque o agrotóxico penetra com mais facilidade pela casca. E, ao contrário do que muitos pensam, a higienização caseira com água e vinagre não é suficiente para deixá-los totalmente limpos”. 

Trocar o açúcar pela versão orgânica também é uma boa ideia. “O refinado é nutricionalmente nulo e recebe muitas substâncias para ficar com aquela aparência e com aquele sabor. Em um primeiro momento, algumas pessoas estranham o orgânico. Ele é um pouco diferente, adoça menos. Mas, só de pensar na quantidade fantástica de cálcio, magnésio e potássio que ele leva aos músculos, ele fica supergostoso”, finaliza. 

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