Em dias passados
faleceu na vizinha cidade de Lagedo do Tabocal, o jequiéense Railton Pinto dos
Santos, mais conhecido como Railton Pitanga, que tinha como profissão a
marcenaria e atuou por muitos anos como arbitro de futebol, membro voluntário
do juizado de menores (que depois passou a ser Juizado da Infância) e também um
dos criadores do Conselho Tutelar de Jequié, estava me segurando para não tocar
neste assunto, mas um comentário do amigo e repórter Junior Mascote em rede
social, me deixou indignado com o que aconteceu e me levou a escrever esta
matéria.
Junior, mostrou sua
revolta a maneira com que foi tratado o corpo do saudoso Railton que nem um
local foi conseguido para que fosse velado e se não fosse uma pessoa amiga para
ceder sua casa a família talvez tivesse que levar o corpo direto para o
cemitério.
Durante estes dias meu
caro Junior refletir bastante sobre a situação e cheguei a conclusão que não só
os políticos da cidade são ingratos com as pessoas, a sociedade de um forma
geral é assim ela só lembra do ser humano enquanto ele está ali no seu meio
servindo, por que quando ele deixa de servir é esquecido e abandonado. Somos
sem nenhum trocadilho igual a uma laranja, enquanto temos o suco (sumo) vamos
sendo chupados (usados) mas quando deixamos de ter este suco (não podemos mais
servir) somos descartados.
Dentro de nossa
profissão temos um colega que passa por problemas graves de saúde e aqueles que
se diziam seus amigos ou colegas de trabalho hoje fingem que ele não mai
exista, então veja que o ocorrido com o corpo de Railton está acontecendo com
um colega ainda em vida. Não vou aqui citar seu nome por que não tenho
autorização para isto, mas estou falando com conhecimento de causa já que sem
querer me vangloriar tenho sido um dos poucos que mesmo raramente e por causa
de problemas que muitos conhecem ainda faço visitas a este colega e percebo em
sua fala a decepção com a categoria que ele tão bem defendeu quando estava cem
por cento fisicamente.
Só lamento o ocorrido
com a família do amigo Railton Pitanga, mas infelizmente a vida tem destas
coisas e somos descartáveis, nos usam e deixam de lado quando acham que não
servimos mais, volto a dizer isto não ocorre apenas com políticos ocorre a todo
instante com qualquer um de nós. Infelizmente o ser humano é muito momentâneo,
se você toca no assunto hoje todos falam e nada fazem amanhã todos esquecem e
assim sucessivamente.
Até mesmo dentro de
nossas famílias (e raríssimas são as exceções) isto ocorre, se você está bem
todos estão com você se adoece te esquecem. Tenho dito que hoje em dia chamar
alguém de amigo está se tornando cada vez mais raro, por que amigo de
conveniência são muitos, mas os verdadeiros amigos estão cada dia mais difíceis
de serem encontrados.
Voce tem toda razão ao
ficar indignado com o descaso que foi tratado o corpo de Railton em seus
últimos momentos entre nós, mas procure com calma quantos trabalhadores hoje
estão esquecidos por “colegas” de trabalho e precisam em muitos casos não de
dinheiro, mas de um simples abraço ou uma troca de palavra para mostrar que ele
está vivo e ainda servindo. Dentro de sua própria área tente descobrir quantos
colegas hoje estão esquecidos e só são lembrados quando morrem ou então
acontece alguma coisa ruim a sua família.
Fico triste quando vejo
alguém ser esquecido e quando morre aparecem aqueles que o desprezaram
debruçar-se sobre o caixão derramando lagrimas de crocodilos dizendo que não
sabia que aquela pessoa estava naquela situação.
Voce que neste momento
está lendo esta matéria será que também não está esquecido ou esqueceu alguém
importante em sua vida?
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