FONTE: Folhapress, CORREIO DA BAHIA.
Cooperativas e
transportadoras são suspeitas de aplicar formol, uma substância cancerígena, no
leite como maneira de aumentar o volume do produto.
Quase 300 mil litros de leite das marcas Líder e Parmalat
adulterados com formol estão sendo comercializados em cidades de São Paulo e do
Paraná, de acordo com o Ministério Público do Rio Grande do Sul. Promotores
deflagraram hoje uma nova fase de uma operação contra fraudes na fabricação do
produto no interior gaúcho.
Ações de busca e apreensão ocorreram em oito municípios.
Uma pessoa foi presa. Cooperativas e transportadoras são suspeitas de aplicar
formol, uma substância cancerígena, no leite como maneira de aumentar o volume
do produto.
A LBR, empresa que comercializa as marcas Parmalat e
Líder no país, adquiriu uma carga adulterada, segundo a Promotoria. Caixas da
marca Líder foram enviadas para Lobato (PR), e da Parmalat, para Guaratinguetá
(SP). Autoridades pediram à empresa LBR que recolhesse o produto com suspeita
de fraude dos mercados, o que não foi feito, ainda segundo a Promotoria.
O Ministério Público calculou o volume adulterado com
base em documentos das empresas, mas não soube informar os números dos lotes
com problemas. Análises feitas em 12 amostras coletadas em fevereiro em uma
unidade de resfriamento em Condor (a 380 km de Porto Alegre) apontaram a
presença de formol na matéria-prima, segundo a Promotoria.
Por isso, foram pedidos mandados de busca e apreensão
contra uma série de intermediários que atuam no processamento do produto. Hoje,
foram apreendidos caminhões de empresas suspeitas e mais matéria-prima. Em
Condor, foi encontrada soda cáustica em uma unidade de processamento, mas não
há confirmação de que a substância tenha sido usada no leite.
Desde o ano passado, os promotores gaúchos e a regional
do Ministério da Agricultura vêm fazendo ações contra irregularidades no
produto. Já há processos tramitando na Justiça do Estado contra suspeitos de
fraudes.
Por meio de nota, a LBR Lácteos Brasil, responsável pelas
marcas Líder e Parmalat, informa que assim que tomou conhecimento da possível
contaminação da matéria-prima utilizada na fabricação de seus produtos, no dia
25 de fevereiro, recolheu preventivamente os lotes de leite UHT do mercado,
mesmo sem ter identificado anormalidades “em sucessivos testes
realizados”.
“A empresa considera, assim, que cumpriu com todos os
procedimentos exigidos pela legislação e observou as cautelas aplicáveis ao
caso”, diz a nota. A LBR afirma ainda que realiza permanente controle no
recebimento de matéria-prima e em todo o processo produtivo, “seguindo os mais
altos padrões de qualidade”.
Males à saúde.
O formol pode provocar danos no aparelho
gastrointestinal, e a exposição frequente à substância tem efeito cancerígeno.
O Instituto Nacional do Câncer afirma que não há níveis seguros de exposição ao
formol, que é associado ao câncer de nasofaringe e leucemia. Segundo o
Ministério da Agricultura, quem bebe leite adulterado não passa mal na hora
--os malefícios surgem a longo prazo.
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