Com a introdução no
sistema público de saúde da vacinação contra o HPV para adolescentes no Brasil,
80% das meninas na América Latina passam a ter acesso a essa proteção contra o
câncer do colo do útero, informou na quinta-feira (20) a Opas (Organização
Pan-Americana da Saúde).
"Esta
intervenção de saúde terá um grande impacto na saúde das meninas de hoje e
mulheres de amanhã ao prevenir a infecção pelo papiloma vírus humano e reduzir
a mortalidade por câncer de colo de útero", explicou o diretor adjunto da
Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (Opas/OMS), Jon
Andrus.
"Toda a
evidência disponível afirma que a vacina é segura e efetiva", acrescentou.
A OMS recomenda a
administração da vacina quando a prevenção do câncer de colo de útero é uma
prioridade da saúde pública nacional e a vacinação efetiva em relação ao custo.
Desde o lançamento da
vacina contra o HPV, em 2006, mais de 170 milhões de doses foram aplicadas no
mundo todo. Diversos estudos realizados com centenas de milhares de pessoas
vacinadas na Austrália, na Europa e na América do Norte não identificaram
efeitos adversos severos nem permanentes.
Nos Estados Unidos,
as infecções pelos tipos de HPV contidos na vacina caíram à metade, enquanto
dados da Austrália e Dinamarca demonstram uma diminuição de lesões
pré-cancerosas no colo do útero nas mulheres vacinadas.
Nas Américas, 20
países, que juntos representam pouco mais de 80% da população de adolescentes
da região - entre eles Argentina, Canadá, Colômbia, Estados Unidos, México,
Panamá, Paraguai, Peru, Uruguai e agora o Brasil, aplicam a vacina contra o HPV
por meio de programas públicos de imunização.
O vírus é transmitido
pelo contato sexual, causando lesões que podem se transformar em tumores no
colo do útero. Para que a vacinação seja altamente efetiva deve ser aplicada
antes do início da vida sexual.
Segundo cálculos da
Opas/OMS, 68.818 mulheres desenvolveram câncer do colo do útero em 2012 na
região e 28.565 morreram por causa dele.
No Brasil, o
Instituto Nacional do Câncer estima que haja 15 mil novos casos e 4.800 mortes
de mulheres por ano. No país a estimativa é que 5,2 milhões de adolescentes de
11 a 13 anos, o que equivale a pouco mais de 20% do total sejam vacinadas este
ano.
Em 2015 a faixa
etária de administração da vacina será ampliada para meninas entre 9 e 11 anos.
A vacinação será
realizada em escolas públicas e privadas e nas 36 mil salas de vacinação da
rede pública de saúde.
Nenhum comentário:
Postar um comentário