Conforme passam as fases da vida da mulher, as mudanças
hormonais impactam o corpo todo, e a boca não é exceção. A cavidade conta com
receptores de estrogênio – hormônio responsável pelo controle da ovulação e
pelo desenvolvimento de características femininas e, durante a menopausa, também
sofre as as consequências.
"Quando ocorre a queda do estrogênio, a mulher tem
uma predisposição à osteoporose, que pode resultar na alteração do metabolismo
da cavidade oral com o desenvolvimento de doenças periodontais, como infecções
na gengiva”, explica Juliana Napimoga, professora da área de fisiologia da
Faculdade de Odontologia de Piracicaba da Unicamp. Dependendo do tipo de
desgaste dos tecidos dentários, pode ocorrer, inclusive, a perda do dente.
Esse desequilíbrio hormonal também provoca uma diminuição
do fluxo salivar. Segundo Juliana, essas alterações na salivação, por sua vez,
trazem outras consequências, como a alteração de paladar, boca seca, aumento da
incidência de cáries e a síndrome da ardência bucal. A própria instabilidade
emocional, comum no período, pode provocar consequências na saúde da boca,
pois, conforme o presidente do Conselho Regional de Odontologia do Rio de
Janeiro, Outair Bastazini, ocorrem alterações na bioquímica do organismo, que
desequilibram o sistema imunológico do corpo e o deixam mais suscetível às
infecções, por exemplo.
Para prevenir as manifestações da carência de estrogênio
na boca é essencial manter uma boa higiene bucal. Porém, em casos mais graves,
em que há periodontite ou inflamações na boca, a reposição hormonal pode ser a
melhor alternativa para acabar com as manifestações orais. Outair sugere que os
tratamentos e diagnósticos sejam feitos sempre por uma equipe multidisciplinar,
com dentistas e médicos, para que se possa tratar corretamente o causador do
problema.
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