A expansão econômica
dos Estados Unidos, prestes a se tornar a mais longa de todos os tempos, levou
a uma falta de mão de obra. Mas, com o aumento dos salários em alguns segmentos
e a taxa de desemprego perto do menor nível em cinco décadas, as diferenças na
forma como as pessoas trabalham e aproveitam o tempo livre refletem uma
desigualdade persistente no país.
As mulheres ainda
ganham menos que os homens e passam mais tempo nas tarefas domésticas. E a
participação no mercado de trabalho não é igualitária: os que ganham mais
também têm mais tempo para atividades de desenvolvimento pessoal, como a
leitura, melhorando as habilidades que os ajudam a avançar ainda mais em suas
carreiras.
Essas são algumas
conclusões da pesquisa anual sobre o uso do tempo realizada pelo Departamento
do Trabalho dos EUA, que monitora o que a população faz nas horas de trabalho e
lazer com implicações para a produtividade, salários e economia em geral. O
relatório foi divulgado em 19 de junho.
Viés
de gênero.
Um motivo usado para
explicar as diferenças salariais entre homens e mulheres é que as mulheres
tendem a assumir mais tarefas domésticas e de cuidar dos filhos do que os
homens. Os dados mais recentes mostram que essa tendência continua aumentando.
O tempo que as mulheres dedicam por dia às tarefas domésticas é três vezes
maior do que os homens, cerca de uma hora e meia. Os homens aumentaram o tempo
dedicado às tarefas domésticas na última década e preparam cada vez mais
refeições, lavando a louça depois, mas as mulheres também, pois gastam o dobro
do tempo nessas tarefas.
Horas
trabalhadas.
As mulheres trabalham
mais horas, apesar da carga mais pesada em casa. Ainda trabalham menos horas
por dia do que os homens, em média, embora essa diferença tenha diminuído. É
uma tendência observada em outros segmentos do mercado de trabalho, com o
aumento da participação de mulheres trabalhadoras em idade ativa nos últimos
quatro anos da expansão econômica dos EUA. Como as empresas atualmente
enfrentam dificuldade em encontrar mão de obra qualificada, algumas oferecem
mais flexibilidade para atrair pais que também cuidam dos filhos.
Tempo
livre.
O dinheiro pode não
comprar felicidade, mas certamente parece comprar tempo para ter uma vida
saudável. Americanos no grupo com maiores salários gastam cerca de 30 minutos
por dia se exercitando ou praticando esportes e 20 minutos lendo, quase o dobro
dos assalariados que estão no piso, em ambos os casos. Em contrapartida,
aqueles do grupo de renda mais baixa passam mais tempo vendo TV - 2,2 horas por
dia em comparação com pouco menos de duas horas dos trabalhadores com renda
mais alta - em videogames ou no computador. No entanto, há ressalvas: algumas
pessoas na categoria de salários mais baixos podem incluir estudantes ou jovens
que ainda moram com a família.
Há também diferenças
nas atividades de lazer entre os gêneros: homens indicam que têm mais tempo
para simplesmente relaxar.
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