segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

ASSALTANTES ATERRORIZAM MUNICÍPIOS...

FONTE: Tatiana Ribeiro (TRIBUNA DA BAHIA).

Na primeira semana de 2010, três bancos dos municípios de Santa Bárbara, Ibicuí e Jaguaquara tiveram os cofres e os caixas eletrônicos saqueados. A ação dos bandidos é audaciosa e impressiona a polícia pela quantidade de informações que os assaltantes dispõem. Segundo dados do Centro de Documentação e Estatísticas das Polícias Civil e Militar, no ano passado, 41 agências bancárias foram assaltadas no interior do estado. Em 2008, também foram registrados 41 assaltos, contra seis na capital.
Policiamento reduzido e o difícil acesso em algumas cidades facilitam a ação dos bandidos. De acordo com o diretor do Departamento de Polícia do Interior, Depin, Bernardino Filho, os roubos geralmente ocorrem no início do expediente. Existem duas modalidades mais corriqueiras de assaltos a banco no interior. A primeira é conhecida pela polícia como “Sabatinho”. Os bandidos invadem a residência do gerente da agência bancária ou do tesoureiro, fazem parentes reféns e obrigam a vítima ir ao banco sacar todo o dinheiro. A outra modalidade funciona mediante sequestro. Os bandidos se dividem em grupos. Um deles, sonda o efetivo policial e, ao constatar que é relativamente baixo, o outro grupo segue até a agência bancária, faz os saques e sequestra alguém, que pode ser um funcionário do banco ou um vigilante. A vítima é deixada na saída da cidade.
Ainda segundo Bernardino, existem os arrombamentos a caixas eletrônicos, que ocorrem na madrugada e geralmente têm a participação de pessoas que fizeram a instalação do equipamento e que têm conhecimento de técnicas de como parar o alarme.
Para controlar a ação de bandidos, o Comando de Operações Especais (COE) tem um grupo especial que atua no combate a roubos em bancos com o suporte de investigação do Depin. “A depender do caso, os policiais podem chegar ao local de helicóptero. Sendo que, é importante ressaltar, a investigação tem mais efeito do que o embate imediato, até porque nesses assaltos existem reféns e isso requer um cuidado maior. A polícia fica de sobreaviso quando existem muitos roubos a veículos. Isso é um indício de assalto a banco, já que os elementos utilizam carros para cometer o crime”, sinalizou Bernadino Filho.
ARTICULAÇÃO DAS QUADRILHAS.
Nos primeiros sete dias de 2010, foram registrados três assaltos a banco. Em Jaguaquara, sete homens armados roubaram todo o dinheiro da agência do Banco do Brasil. Eles obrigaram o gerente a limpar o cofre, enquanto a família do bancário era mantida como refém. Na cidade de Ibicuí, localizada a 535 km de Salvador, uma agência bancária foi assaltada por cinco homens armados. Os bandidos levaram todo o dinheiro do cofre e do caixa eletrônico. Dois vigilantes foram levados como reféns numa caminhonete branca e abandonados na saída da cidade. Em maio do ano passado, essa mesma agência já havia sido assaltada.
Em Santa Bárbara, três bandidos prenderam as viaturas dentro da delegacia da cidade, acorrentando o portão principal da unidade. Em seguida, os bandidos assaltaram o banco. No último dia 4 de dezembro, um grupo formado por mais de 15 homens armados invadiu o pelotão da Polícia Militar e sequestrou três policiais, uma sargento e dois soldados. A ação ocorreu no município de Santa Luz, localizado a 258 km de Salvador. Após colocar os policiais num veículo, seguiram em direção à agência do Banco do Brasil no centro da cidade, abordaram os seguranças e roubaram a quantia de R$ 500 mil.
Depois de assaltar o banco, os bandidos interceptaram um ônibus da empresa São Mateus, que fazia a linha Salvador/Queimadas, obrigaram os passageiros a descer, atearam fogo no coletivo e fugiram atirando aleatoriamente. Os bandidos fugiram e deixaram os policiais reféns numa estrada de barro na saída da cidade.
Em maio do ano passado, oito homens levaram vários malotes de dinheiro do Banco do Brasil do município de Mutuípe, a 241 quilômetros de Salvador. De acordo com a polícia, os bandidos renderam os seguranças e fizeram três PM’s como reféns. Os bandidos usaram escopetas, fuzis e coletes à prova de bala. Houve troca de tiros no centro da cidade, causando pânico. Todos os reféns foram liberados na saída da cidade. (TR)

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