sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

O INÍCIO DO PRÉ-SAL...

FONTE: Janio Lopo (TRIBUNA DA BAHIA).

Para concluir a série de artigos sobre o pré-sal – programa que nossos filhos e netos acompanharão de perto nos próximos anos, tento aqui fechar com chave de ouro o que, sinceramente, se tratou de um desafio. Primeiro, por se tratar de um assunto técnico. Segundo, porque acredito que a Petrobras deve investir maciçamente no projeto e, ao mesmo tempo, nas explicações à população sobre o que significa essa megadescoberta – ou melhor, essa megaoperação.
Vamos, então, às questões mais polêmicas que os técnicos da estatal tiveram a gentileza de me enviar, sempre preservando o interesse público. Esta coluna é política, mas está na hora de a imprensa como um todo valorizar o que é nosso. Eu, pessoalmente, me proponho a isso. E, desde já, este espaço está aberto para divulgação de programas que vão elevar o Brasil à condição de país de primeiro mundo. Esta é a responsabilidade do baiano Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras. Esta é a responsabilidade dos homens que fazem a Petrobras. Esta é, enfim, a vontade de todos nós. Vamos às perguntas e às respostas: Que semelhanças podem ser identificadas entre o que ocorreu na década de 80, na Bacia de Campos, e agora, com o pré-sal?
De fato, as descobertas no pré-sal deixam a Petrobras em situação semelhante à vivida na década de 80, quando foram descobertos os campos de Albacora e Marlim, em águas profundas da Bacia de Campos. Com aqueles campos, a Companhia identificava um modelo exploratório de rochas que inauguraria um novo ciclo de importantes descobertas. Foi a era dos turbiditos, rochas-reservatórios que abriram novas perspectivas à produção de petróleo no Brasil. Com o pré-sal da Bacia de Santos, inaugura-se, agora, novo modelo, assentado na descoberta de óleo e gás em reservatórios carbonáticos, com características geológicas diferentes.
É o início de um novo e promissor horizonte exploratório. Como começou essa história de superação de desafios? Em 2004 foram perfurados alguns poços em busca de óleo na Bacia de Santos. É que ali haviam sido identificadas, acima da camada de sal, rochas arenosas depositadas em águas profundas, que já eram conhecidas. Se fosse encontrado óleo, a ideia era aprofundar a perfuração até chegar ao pré-sal, onde os técnicos acreditavam que seriam encontrados grandes reservatórios de petróleo.Em 2006, quando a perfuração já havia alcançado 7.600m de profundidade a partir do nível do mar, foi encontrada uma acumulação gigante de gás e reservatórios de condensado de petróleo, um componente leve do petróleo.
No mesmo ano, em outra perfuração feita na Bacia de Santos, a Companhia e seus parceiros fizeram nova descoberta, que mudaria definitivamente os rumos da exploração no Brasil. A pouco mais de 5 mil metros de profundidade, a partir da superfície do mar, veio a grande notícia: o poço, hoje batizado de Tupi, apresentava indícios de óleo abaixo da camada de sal. O sucesso levou à perfuração de mais sete poços e em todos encontrou-se petróleo. O investimento valeu a pena. Com este resultado, o que muda para a Petrobras?
Essas descobertas elevarão a empresa, ao longo dos próximos anos, a um novo patamar de reservas e produção de petróleo, colocando-a em posição de destaque no ranking das grandes companhias operadoras. Com a experiência adquirida no desenvolvimento de campos em águas profundas da Bacia de Campos, os técnicos da Petrobras estão preparados, hoje, para desenvolver as acumulações descobertas no pré-sal. Para isso, já estão promovendo adaptações da tecnologia e da logística desenvolvidas pela empresa ao longo dos anos.

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