FONTE: Janio Lopo (TRIBUNA DA BAHIA).
É espetacular a maneira como os atuais e ex-dirigentes da Ebal, administradora da Cesta do Povo, calam-se ante as denúncias seguidamente feitas neste espaço contra falcatruas perpetradas contra a rede de supermercados estadual. Até aqui uma voz sequer se levantou para defendê-la, embora, aos poucos, começam a soar os gemidos de dores daqueles que assistiram (e assistem) à pesada estrutura ruir com perspectivas de ser colocada abaixo. O que me impressiona é a insensibilidade dos homens públicos.
Há um relatório extenso da Secretaria Estadual da Fazenda, elaborado no início do governo Wagner, que acusa o então gestor da Ebal, Omar Antonio de Brito, de promover banquetes com o dinheiro alheio. Somados, os valores monetários de todas as irregularidades e os prejuízos operacionais acumulados no período investigado pode chegar a um buraco de R$ 1 bilhão. Vale lembrar que o documento traz a assinatura da auditora chefe, Teresa Machado Guerreiro de Freitas, de outros quatro auditores e três coordenadores. A suspeita inicial recaía sobre a área de publicidade do Governo Souto, com citação expressa às agências Interamericana (Propeg) e SLA, mas nada contra essas empresas aparece no relatório.
As irregularidades estariam na manutenção predial e informática. Os crimes seriam os de sempre: fraudes em licitações, superfaturamento de preços, recebimento de pagamentos sem comprovação de serviços ou vendas realizadas, sonegação fiscal e por aí vai. Mas a questão central continua sendo a seguinte: o que tem impedido a continuidade das investigações? Por que a polícia, tão eficiente na chamada Operação Expresso ( eficiente ao ponto de haver dúvida de tamanha eficiência, deu para entender?) não foi convocada para sair grampeando suspeitos de causar um rombo fantástico na Cesta? Afinal, a dita cuja de quem é? Não é do povo?
O povo, tenha certeza, não se oporá que se puna os que lhe tiraram indevidamente o dinheiro do seu rosto suado. É bom deixar claro o seguinte: não estamos falando de documento apócrifo, mas de fatos reais. Insisto: não há razão de o Estado ser proprietário de uma cadeia de supermercado. Isso é o cúmulo, principalmente levando-se em consideração que a rede estatal vende igual ou mais caro que a rede privada e as marcas dos produtos em suas prateleiras são limitadas. É, literalmente, o fim do mundo. A auditoria revela um esquema muito mais grave do que aparece nas investigações do Ministério Público que, aliás, não foram adiante. No emaranhado do suposto esquema, os destaques são a Organização do Auxílio Fraterno (OAF) e a Comtec Informática. A primeira uma entidade de assistência às crianças e adolescentes que tinha conceito internacional. De acordo com a AGE, as falcatruas superariam R$33 milhões (o MP chegou a R$ 21 milhões).
Acrescenta-se que meses antes da contratação da entidade com dispensa de licitação, o seu presidente era o Padre Clodoveo Piazza que, na época em que o contrato foi assinado, estava no governo, como secretário de Combate à Pobreza. Hoje, Piazza vive em Moçambique. A Comtec venceu todas as licitações para a venda de equipamentos e assistência técnica na área de informática. Licitações que, de acordo com AGE, foram grosseiramente dirigidas.
É espetacular a maneira como os atuais e ex-dirigentes da Ebal, administradora da Cesta do Povo, calam-se ante as denúncias seguidamente feitas neste espaço contra falcatruas perpetradas contra a rede de supermercados estadual. Até aqui uma voz sequer se levantou para defendê-la, embora, aos poucos, começam a soar os gemidos de dores daqueles que assistiram (e assistem) à pesada estrutura ruir com perspectivas de ser colocada abaixo. O que me impressiona é a insensibilidade dos homens públicos.
Há um relatório extenso da Secretaria Estadual da Fazenda, elaborado no início do governo Wagner, que acusa o então gestor da Ebal, Omar Antonio de Brito, de promover banquetes com o dinheiro alheio. Somados, os valores monetários de todas as irregularidades e os prejuízos operacionais acumulados no período investigado pode chegar a um buraco de R$ 1 bilhão. Vale lembrar que o documento traz a assinatura da auditora chefe, Teresa Machado Guerreiro de Freitas, de outros quatro auditores e três coordenadores. A suspeita inicial recaía sobre a área de publicidade do Governo Souto, com citação expressa às agências Interamericana (Propeg) e SLA, mas nada contra essas empresas aparece no relatório.
As irregularidades estariam na manutenção predial e informática. Os crimes seriam os de sempre: fraudes em licitações, superfaturamento de preços, recebimento de pagamentos sem comprovação de serviços ou vendas realizadas, sonegação fiscal e por aí vai. Mas a questão central continua sendo a seguinte: o que tem impedido a continuidade das investigações? Por que a polícia, tão eficiente na chamada Operação Expresso ( eficiente ao ponto de haver dúvida de tamanha eficiência, deu para entender?) não foi convocada para sair grampeando suspeitos de causar um rombo fantástico na Cesta? Afinal, a dita cuja de quem é? Não é do povo?
O povo, tenha certeza, não se oporá que se puna os que lhe tiraram indevidamente o dinheiro do seu rosto suado. É bom deixar claro o seguinte: não estamos falando de documento apócrifo, mas de fatos reais. Insisto: não há razão de o Estado ser proprietário de uma cadeia de supermercado. Isso é o cúmulo, principalmente levando-se em consideração que a rede estatal vende igual ou mais caro que a rede privada e as marcas dos produtos em suas prateleiras são limitadas. É, literalmente, o fim do mundo. A auditoria revela um esquema muito mais grave do que aparece nas investigações do Ministério Público que, aliás, não foram adiante. No emaranhado do suposto esquema, os destaques são a Organização do Auxílio Fraterno (OAF) e a Comtec Informática. A primeira uma entidade de assistência às crianças e adolescentes que tinha conceito internacional. De acordo com a AGE, as falcatruas superariam R$33 milhões (o MP chegou a R$ 21 milhões).
Acrescenta-se que meses antes da contratação da entidade com dispensa de licitação, o seu presidente era o Padre Clodoveo Piazza que, na época em que o contrato foi assinado, estava no governo, como secretário de Combate à Pobreza. Hoje, Piazza vive em Moçambique. A Comtec venceu todas as licitações para a venda de equipamentos e assistência técnica na área de informática. Licitações que, de acordo com AGE, foram grosseiramente dirigidas.
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