sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

UMA EM CADA DEZ PESSOAS QUE MEXEM COM FOGOS TEM MEMBROS AMPUTADOS...

FONTE: Thiago Pereira (TRIBUNA DA BAHIA).

O período de fim de ano deixa em alerta médicos de todo o país. Segundo dados da Associação Brasileira de Cirurgia da Mão (ABCM), o maior índice de acidentes com fogos de artifício ocorre no Réveillon, quando uma em cada dez pessoas que mexem com esse tipo de material tem membros amputados, principalmente dedos. Além de provocar queimaduras, quando explodem, os fogos podem causar outras lesões, como ferimentos nos olhos e até surdez.
Para diminuir a incidência de acidentes provocados por fogos de artifício, a ABCM lançou a Campanha Nacional de Prevenção a Acidentes e Traumas da Mão. A intenção é a de alertar a população sobre os riscos da brincadeira. De acordo com a ABCM, a imprudência e a falta de informação são os principais motivos para esta alarmante incidência.
O uso de fogos de artifício pode provocar queimaduras (70% dos casos); lesões com lacerações/cortes (20% dos casos); amputações dos membros superiores (10% dos casos); lesões de córnea ou perda da visão e lesões do pavilhão auditivo ou perda da audição. As explosões ocorrem por um mecanismo de compressão, e, por isso, causam uma onda de choque na mão e no braço. "Em segundos, a pessoa fica lesionada para o resto da vida. O impacto e as queimaduras comprometem os vasos sanguíneos, o que dificulta a sua reconstrução", diz o especialista Luiz Carlos Angelini.
Entres os mais atingidos pela brincadeira estão os homens e as crianças. Cerca de 40% dos atingidos estão entre a faixa de 4 a 14 anos de idade, que não possuem orientação suficiente sobre os riscos a que estão sujeitas, ou porque estão próximas ao local na hora da explosão. "Muitas pessoas compram os fogos, mas elas dão pouca importância para o alto risco desses artefatos, que podem causar mutilações irreversíveis", alerta o especialista.
Segundo Dr. Angelini, é nessa época do ano que ocorre o maior índice de acidentes com fogos de artifício, incluindo as explosões com bombas, que têm um alto poder de mutilação. Por isso, a orientação é que apenas profissionais habilitados manipulem material explosivo. "Existe uma lei que regulamenta a comercialização de fogos e proíbe que sejam vendidos para crianças", afirma.
O médico destacou ainda a importância de prestar um atendimento adequado nos casos de acidentes com traumas na mão. "O atendimento especializado e imediato reduz significativamente o incidência de sequelas graves", orientou.

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