domingo, 21 de novembro de 2010

AQUECIMENTO GLOBAL SUBMETE POPULAÇÃO DE SALVADOR A ESTRESSE TÉRMICO...


FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.

O aumento da temperatura provocado pelo aquecimento global vem submetendo a população de Salvador a um estresse térmico, que se caracteriza pela sensação de calor irritante.
Esta foi a principal conclusão da pesquisa Clima Urbano e Sensação Térmica na Cidade de Salvador, apresentada durante o Simpósio Internacional Clima, Planejamento Urbano e Saúde Pública.
A consulta tem o apoio da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação da Bahia (Secti), é coordenada pela professora Jussara Nery, do Laboratório de Conforto Ambiental, do Mestrado em Engenharia Ambiental Urbana (Meau), da Faculdade de Arquitetura da Universidade Federal da Bahia (Ufba), e tem a participação da diretora de Fortalecimento Tecnológico da Secti, Telma Cortês.
Intitulada ‘Clima urbano, planejamento urbano e mudanças climáticas’, a pesquisa foi aplicada, no ano passado, por uma equipe multidisciplinar que mediu o grau de conforto térmico nas praças da Piedade, na Cidade Alta, e Cairu, na Cidade Baixa. Foram aplicados 1.055 questionários e a maioria dos entrevistados disse sentir ‘muito calor’, seguido de ‘calor’ e ‘pouco calor’. Uma minoria afirmou sentir-se bem ou um pouco de frio.
INVERSÃO TÉRMICA - A professora Jussara Nery apresentou outros resultados da pesquisa climatológica, como a perda de qualidade de vida em virtude da ocupação desordenada do solo, com reflexo no clima urbano; a ausência de arborização extensiva; a retirada da cobertura vegetal, também de maneira extensiva, sobretudo na Avenida Paralela; a alta densidade de construção de imóveis; a utilização de materiais de construção que absorvem e armazenam muito calor e a falta de cuidados com as áreas residuais, como as dunas do Abaeté e os córregos de água da cidade.
“Em 2008 e 2009, Salvador foi submetida ao fenômeno climático de inversão térmica. Isso não era para estar acontecendo na cidade, por conta de sua localização litorânea”, observou.
Jussara Nery e Telma Cortês vêm ainda realizando uma pesquisa para comparar a situação do clima urbano e a sensação térmica e em duas áreas habitadas por classes sociais distintas de Salvador, no caso, o Nordeste de Amaralina, bairro carente, e a Pituba, área de classe média e média alta.
De acordo com Telma, “o projeto poderá contribuir para um desenvolvimento urbano mais sustentável e comprometido com a preservação e a utilização racional de recursos naturais do clima, para adequação ambiental dos espaços urbanos”.
Jussara, por sua vez, observou que “o clima urbano é um fator de qualidade de vida. Salvador apresenta um problema à parte, pois não tem mais área de expansão e as áreas verdes são residuais”.
O conforto térmico é estado de espírito que demonstra a satisfação com o ambiente térmico que envolve as pessoas.

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