FONTE: REINALDO JOSÉ LOPES, EDITOR DE CIÊNCIA E SAÚDE (www1.folha.uol.com.br).
O Viagra e outras drogas do gênero estão longe de resolver todos os problemas sexuais masculinos, afirma um grupo de médicos nos EUA.
Ao analisar dados obtidos com mais de 12 mil homens que participaram de testes de remédios para disfunção erétil, os pesquisadores verificaram que mesmo os que tinham problemas "muito leves" de ereção muitas vezes tinham dificuldades de ejaculação ou sofriam para atingir o orgasmo.
Os dados "sugerem que os problemas sexuais masculinos transcendem a disfunção erétil", escrevem os autores do estudo, liderados por Darius Paduch e Alexander Polyakov, da Faculdade Médica Weill Cornell.
Os homens estudados vivem em todos os continentes menos a África. Os dados foram colhidos durante testes clínicos da droga tadalafila, cujo nome comercial é Cialis. Seu mecanismo para enfrentar problemas de ereção lembra muito o do Viagra.
No total, 65% dos homens com disfunção erétil também não conseguem ter orgasmo (mesmo tendo sucesso na ereção), enquanto 58% têm problemas de ejaculação. Aliás, 15,6% dos homens que ejaculam normalmente dizem que o evento não é acompanhado da sensação de orgasmo.
"É preciso lembrar que se trata de uma amostra viciada. Esses homens já tinham problemas de ereção", destaca o urologista Sidney Glina, do Hospital Ipiranga e da Faculdade de Medicina do ABC.
De fato, segundo Glina, os fenômenos da ereção, do orgasmo e da ejaculação não estão necessariamente ligados. "Paraplégicos podem ter orgasmo sem ereção, e um camarada muito ansioso pode ejacular sem orgasmo."
O grupo da Weill Cornell sugere que seria interessante buscar drogas que atuem diretamente sobre o orgasmo.
Mas, para o urologista Carlos Alberto Bezerra, também da Faculdade de Medicina do ABC, a experiência clínica mostra que muitos homens não chegam ao clímax por falta de desejo pela parceira. "É preciso tratar o relacionamento também, com psicoterapia, por exemplo", diz ele.
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