FONTE: Carmen Vasconcelos (carmen.vasconcelos@redebahia.com.br), CORREIO DA BAHIA.
Distúrbio conhecido como ATM atinge 30% da população do planeta.
Quando entrou na faculdade, a estudante Daniele Alcântara de Azevedo sentia dores de cabeça fortíssimas e muito incômodo na coluna. Ao longo do curso de odontologia procurou especialistas de diversas áreas médicas para resolver o problema sem desconfiar da relação entre as dores e os distúrbios da articulação temporomandibular (ATM), que é a “junta”, que liga a mandíbula à cabeçaA jovem apelou até para ortopedia facial, mas foi quando as crises aumentaram e ela viveu o segundo episódio de impossibilidade do movimento de abrir e fechar da boca.
Distúrbio conhecido como ATM atinge 30% da população do planeta.
Quando entrou na faculdade, a estudante Daniele Alcântara de Azevedo sentia dores de cabeça fortíssimas e muito incômodo na coluna. Ao longo do curso de odontologia procurou especialistas de diversas áreas médicas para resolver o problema sem desconfiar da relação entre as dores e os distúrbios da articulação temporomandibular (ATM), que é a “junta”, que liga a mandíbula à cabeçaA jovem apelou até para ortopedia facial, mas foi quando as crises aumentaram e ela viveu o segundo episódio de impossibilidade do movimento de abrir e fechar da boca.
“Cheguei a ser hospitalizada, mas descobri o tratamento corretivo para os distúrbios de ATM, me tratei e terminei estudando os quadros do problema para a conclusão do meu curso”, completa a dentista, que hoje trabalha e se especializa na área.
De acordo com o especialista em dor e em patologias da articulação têmporomandibular, o cirurgião dentista Marcelo Matos, as disfunções na mastigação são tão importantes porque essa articulação é responsável por todos os movimentos da mandíbula e seu funcionamento se relaciona com vários sistemas do corpo - como o fonoarticulatório (da fala), o respiratório, o sistema postural e o vestíbulo coclear, que controla o equilíbrio e a audição.
“A alteração da articulação que liga o maxilar à mandíbula (ATM) são causadas por diferentes doenças, que podem ser resultado de um trauma (como uma queda ou até acidentes), uma doença bacteriana (como as inflamações de garganta), autoimune (como o Lúpus) ou até mesmo de uma característica dentária”, explica Marcelo Matos, que integrou a realização do 25º Simpósio Internacional de Disfunção e Patologia da ATM, realizado no final desse mês, em Salvador.
Na ATM, uma vez que a disfunção se instala, a musculatura tenta compensar o desvio sobrecarregando ainda mais o trabalho dos músculos e da articulação, causando os quadros de dores.
Marcelo Matos destaca que o estresse e os desgastes emocionais terminam atuando nessa área, comprometendo o bom funcionamento da articulação e agravando os quadro onde os distúrbios já estão instalados.
“Infelizmente, a reação de travar o maxilar diante de situações mais estressantes é instintiva, faz referência aos movimentos naturais de fuga ou luta”, esclarece o dentista, ressaltando que os períodos longos de tensão podem gerar dores de difícil controle.
Para tratar os problemas da ATM é preciso, inicialmente, identificar a causa e depois atuar no sentido de reposicionar a mandíbula para o posicionamento correto. Nesse processo de correção da articulação são usados inúmeros dispositivos, que são colocados na boca para possibilitar o reordenamento da mandíbula.
“Atualmente, esse tratamento é altamente personalizado e os dispositivos são usados de acordo com cada caso”, pontua o especialista. Marcelo Matos afirma que as intervenções cirúrgicas são raras e usadas basicamente nos casos de acidentes.
Ele destaca ainda que, de acordo com o nível da dor e o estágio do comprometimento articular, o caso precisa ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar, com as participações de fisioterapeutas, psicólogos, cirurgiões, entre outros.
Durante o processo, o paciente é avaliado diversas vezes para que as melhoras ou a falta de resultados possam ser medidas e reajustadas.
Atualmente, o tratamento corretivo para os distúrbios da ATM é disponibilizado nas redes particulares e nos serviços públicos de locais como a Associação Brasileira de Odontologia (ABO - secção Bahia) e a Universidade Federal da Bahia (Ufba).
“As seguradoras de saúde ainda não assumem o tratamento que, apesar de muito eficaz, não possui um custo baixo, pois exige a atuação de diversos profissionais da área de saúde”, finaliza Matos.
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