quinta-feira, 25 de agosto de 2011

RETRATO DO SUS EM REVISTA INTERNACIONAL...



FONTE: Rodrigo Vilas Bôas, TRIBUNA DA BAHIA.


"Ao longo dos últimos 80 anos, a proporção de mortes causadas por doenças infecciosas no Brasil caiu de 50% para 5%. Apesar disso, essas enfermidades ainda são um problema de saúde pública no país.


Estas foram algumas das questões apresentadas por pesquisadores brasileiros – dentre eles cinco baianos – e que estão descritas em seis artigos da série Brasil da revista americana The Lancet, principal publicação da área de saúde no mundo.

A edição da revista traduzida para o português foi lançada ontem oficialmente na Bahia, durante encontro, no Instituto de Saúde Coletiva (ISC) da Universidade Federal da Bahia, em Salvador, que reuniu pesquisadores do mundo inteiro.


“Os artigos fazem a revisão dos principais problemas de saúde que temos hoje no país, e nos ajudam a pensar nos desafios futuros”, explicou Maurício Barreto, pesquisador do ISC.

“Os artigos examinam criticamente as realizações do sistema de saúde do país. Mostram, por exemplo, que o SUS melhorou o acesso aos cuidados de saúde, sejam primários ou de emergência.


Mas que ainda há muito a ser feito”, considerou Maria da Glória Teixeira, também pesquisadora do ISC e uma das autoras do artigo que aborda os sucessos e fracassos no controle de doenças infecciosas no Brasil, juntamente com Maurício Barreto, também da Bahia, Francisco Bastos, Ricardo Ximenes, Rita Barata e a pesquisadora Laura Rodrigues, da Escola de Londres de Higiene e Medicina Tropical.

Esses pesquisadores chegaram à conclusão de que o país carece de pesquisas biomédicas para desenvolvimento de vacinas, além de melhores tratamentos, diagnósticos rápidos e métodos inovadores de controle de vetores.

A dengue, por exemplo, seria um fracasso no controle de doenças infecciosas no país. Desde 1986, a incidência da doença vem aumentando, sobretudo em sua forma mais grave, a febre hemorrágica. Para se ter uma dimensão, 0,06% dos pacientes eram acometidos pela dengue hemorrágica em 1990. Atualmente, a porcentagem é de 0,38%.

De acordo ainda com pesquisadores, outros grandes desafios persistem no cenário nacional de saúde, como a redução da alta frequência de cesarianas, abortos ilegais, além da necessidade de reduzir ainda mais as desigualdades socioeconômicas e regionais em saúde.


A revista pode ser acessada pelo endereço eletrônico www.thelancet.com.

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