quinta-feira, 25 de agosto de 2011

REMÉDIOS OU AGULHAS?...



FONTE: Amanda Mota, TRIBUNA DA BAHIA.


Segundo especialistas, a maior parte da população brasileira sofre de enxaqueca, em especial as mulheres. Quem convive com a dor constante e intensa, garante que é necessário o uso de muitos medicamentos para o controle, enquanto, por outro lado, a medicina tradicional chinesa garante que a doença pode ter cura através de um dos seus pilares, a acupuntura, que, aos poucos, pode livrar os pacientes totalmente da dependência de remédios.

Sintomas como flutuações do humor, vômitos, depressão, agressividade, irritabilidade e ansiedade, são bastante comuns em quem sofre da enxaqueca. A doença nada mais é que um desequilíbrio químico no cérebro, envolvendo hormônios e substâncias denominadas peptídeos, assim como explica o médico clínico geral, especialista em enxaqueca, Alexandre Feldman:

“Esse desequilíbrio resulta de uma série de outros desequilíbrios neuroquímicos e hormonais, decorrentes do estilo de vida e hábitos do portador da doença enxaqueca, e também de uma predisposição genética. O resultado é uma série de sintomas que podem ir muito além da dor de cabeça, geralmente este sendo o sintoma mais dramático e intenso”.

Diz-se muito, por aí, que além do desequilíbrio químico do cérebro, fatores desencadeantes, como alimentação, ajudam no desenvolvimento da enxaqueca.

Ao contrário dessa afirmação, dr. Feldman afirma que, o mais importante papel exercido pela alimentação, sono, atividade física, equilíbrio hormonal e estilo de vida como um todo na enxaqueca, está na sua influência sobre o equilíbrio e desequilíbrio de substâncias químicas cerebrais como a serotonina, dopamina e adrenalina, hormônios como o estradiol, progesterona e cortisol, e neuro-hormônios como a melatonina, prolactina e hormônio do crescimento – todas envolvidas, de uma forma ou de outra, na causa da enxaqueca.

“Isso nada tem a ver com alimentos que possam eventualmente desencadear a enxaqueca. Muitos alimentos e outros fatores podem nunca ter desencadeado na vida de uma pessoa, mas podem exercer, sim, influência, e muita, no desequilíbrio neuroquímico e hormonal que causa a manifestação genética da doença”, explica.

Uma vez desencadeada a enxaqueca, diversos sintomas podem surgir logo em seguida, assim como descreve a administradora, Seneide Saraiva: “Há 33 anos tenho enxaqueca. Em crises graves corria para um hospital, mesmo porque, além da dor insuportável, tinha vômito e aumento de pressão. Precisava tomar um coquetel de medicamentos para estabilizar tudo, além de hidratar. Hoje faço acompanhamento com médicos especialistas em enxaqueca, além de tomar muitos remédios”.

Já para a estudante de 18 anos, Aline Ribeiro, pior do que os sintomas que a acompanham, foi o prejuízo que a enxaqueca lhe causou: “Desde meus 15 anos tenho enxaqueca que duram três dias. A dor é tão intensa que não tem remédio que passe. Sinto uma irritabilidade tão insuportável que procuro me isolar do mundo. Por causa disso acabei ficando desempregada já que minhas dores constantes não me deixavam sair de casa para trabalhar”, lamenta Aline.

Apesar das dificuldades dos pacientes, o especialista Feldman garante que há solução na busca da cura, através de um tratamento preventivo e sintomático. No caso do sintomático, faz-se um tratamento para que as dores desapareçam através de remédios.

A medicação, contudo, precisa ser mantida por um bom período para que a pessoa continue a passar bem. Uma vez que o paciente se encontra sem dor, a prevenção é a forma mais adequada para indivíduos que já possuem dores de cabeça frequentes ou muito fortes e incapacitantes, e que não respondem senão a enormes doses de analgésicos:

“Podemos subdividir o tratamento preventivo em clínico, psicológico ou complementar. O clínico, por exemplo, corrige o distúrbio bioquímico cerebral mencionado, através de remédios que atuam na raiz do problema, fazendo com que o cérebro passe a produzir e utilizar a quantidade correta das substâncias químicas destinadas a manter o indivíduo sem enxaqueca.


Vários são os remédios preventivos a disposição atualmente, visto que a década de 80 e os primeiros anos da década de 90 trouxeram grandes descobertas nesta área”.

O PODER DA CURA ORIENTAL.
Na cultura ocidental, muitas pessoas menosprezam aquilo que não conhecem ou talvez não tivessem a oportunidade de conhecer. A acupuntura serve como exemplo, tendo em vista que não é fácil para muitos acreditar que uma agulha posicionada num determinado ponto do corpo – por exemplo, no pé – poderia aliviar uma dor em uma região tão distante como a cabeça.


O fisioterapeuta e especialista em acupuntura, Josedilson Daltro, garante que um dos pilares da medicina tradicional chinesa, não apenas desenvolve a cura em muitos pacientes, como também previne.

“Sem sombra de dúvidas a acupuntura não é mais um tratamento alternativo, e sim uma terapia complementar pela OMS (Organização Mundial de Saúde) e em muitos casos pode e deve ser usada como tratamento principal para diversas desarmonias (doenças).

É considerada um dos pilares da medicina tradicional chinesa, onde há mais de 5 mil anos os chineses utilizam como forma de prevenção, tratamento e cura de diferentes enfermidades, seja ela de nível leve, elevada ou severa”, assegurou Daltro, garantindo ainda que a terapia traz alívio logo nas primeiras sessões: “Suas vantagens vão desde a cura permanente até a diminuição do uso de medicamentos, na rapidez dos resultados e ausência de efeitos colaterais”.

Segundo o especialista, a acupuntura promove o equilíbrio energético, propiciando o retorno da normalidade em todo organismo, não apenas energicamente, mas também químico – biológico, pois esta energia do corpo que é manipulada pelo indivíduo, através dos estímulos de pontos específicos, comanda toda a fisiologia do organismo:

“Através desses pontos equilibramos e harmonizamos corpo e mente através de canais, conhecidos como “meridianos de energia”. Eles são semelhantes às artérias que fazem conexões com os órgãos e vísceras, conseguindo dessa forma interligar áreas próximas e tão distantes do nosso corpo.


Esses pontos podem ser ativados de diversas maneiras: com o uso de agulhas, auriculo acupuntura, ventosas, massagens, moxabustão (calor produzido pela queima de uma determinada erva) dentre outras, trazendo assim a melhora”.

A cefaleia é um dos sintomas mais frequentes nos consultórios. Estima-se que 90 a 95% das pessoas terão algum tipo de dor de cabeça ao longo da vida e muitas delas já estão buscando o tratamento chinês como alternativa: “Na maioria dos casos a acupuntura consegue diminuir e/ou solucionar o sofrimento desses pacientes.

Para iniciar o tratamento é feita uma avaliação minuciosa do paciente. O tratamento é individual e depende do diagnóstico energético. São investigados aspectos relativos à alimentação, fezes, urina, sede, intestinos, estômago, sono, fatores emocionais, inspeção do pulso e da língua entre outro.


A frequência das sessões, assim como a duração do tratamento, depende de cada paciente”, concluiu Daltro.

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