terça-feira, 3 de abril de 2012

É ALTO O RISCO DE HANSENÍASE...

FONTE: Leidiane Brandão REPÓRTER, TRIBUNA DA BAHIA.


O Brasil é o segundo país do mundo com maior número de casos novos de hanseníase detectados, o que o torna uma região endêmica. A Bahia está entre as dez áreas de maior risco de detecção da hanseníase do Brasil e apresenta um grau de endemicidade considerado alto de 17,56 novos casos a cada 100 mil habitantes. As regiões Norte, Cetroeste Nordeste são as que apresentam maior incidência de novos casos da doença. Dados do Ministério da Saúde (MS) apontam que, apesar de o país ter avançado no combate ao bacilo, em 2011, foram registrados 30.298 mil novos casos.

A hanseníase que, durante muito tempo, viveu sob a sombra do preconceito e descaso agora é tratada como uma doença infecciosa, crônica e de grande importância para a saúde pública, tratável e curável. Popularmente conhecida como lepra, é uma das enfermidades mais antigas da história da humanidade, mas ainda presente, de forma concentrada, sobretudo em algumas áreas do país e do Estado.

De acordo com o médico e vereador Jorge Jambeiro (PP), pioneiro na Bahia a realizar a Neurolise Ulnar - cirurgia reabilitadora das sequelas causadas pela hanseníase, as áreas de maior incidência da doença em Salvador, se concentra nos bairros de São Cristóvão, Pernambués e Subúrbio Ferroviário. Ele participou, este ano, do “Apelo Global 2012”, uma campanha mundial desenvolvida pela organização internacional Nippon Foundation, proposto para todos os países do mundo que ainda lutam pela superação do foco da doença.

Em comemoração ao Dia Mundial da Saúde, próximo dia 7, como parte de sua adesão ao Apelo Global 2012, ele informou que durante todo o mês de abril, vai trabalhar em prol da sociedade, buscando identificar pacientes vítimas da doença. Os atendimentos serão realizados nos postos de trabalho onde ele atua.

Segundo Jambeiro, apesar da incidência da doença na Bahia, não existe empenho do governo federal, estadual e municipal em acabar com o problema. “É necessário uma campanha efetiva para detectar e diminuir o número de casos no Brasil e na Bahia. As pessoas precisam conhecer mais a doença. E para que isso aconteça, o governo tem que investir em campanhas sistemáticas.


Quase 40% dos pacientes atendidos aqui em Salvador já chegam ao hospital com quadros muito avançados. Isto ocorre porque os sintomas iniciais são facilmente confundidos com doenças de pele e acabam sendo tratadas, de forma errônea”, ressaltou o médico.

A hanseníase é uma doença provocada pelo micróbio conhecido como bacilo de Hansen, que afeta a pele e o sistema nervoso periférico, principalmente os olhos, os pés e as mãos. Os principais sintomas são manchas esbranquiçadas, amareladas ou amarronzadas em qualquer parte do corpo, com diminuição ou perda da sensibilidade ao calor, dor ou tato, caroços ou inchaços no corpo, em alguns casos avermelhados e doloridos, engrossamento do nervo que passa pelo cotovelo, levando à perda da sensibilidade entre outros.

Doença que se desenvolve lentamente, a hanseníase é transmitida por meio de uma pessoa enferma que apresenta a forma infectante da doença e que, estando sem tratamento, elimina o bacilo para o meio exterior pelas vias aéreas, podendo, assim, infectar outras pessoas suscetíveis. A Hanseníase tem cura, e para que isso aconteça, ela precisa ser detectada e cuidada.

Qualquer pessoa que suspeitar da doença deve procurar o Hospital Dom Rodrigo de Menezes, que é referência no tratamento na Bahia ou postos de saúde. O tratamento é oferecido gratuitamente pelo SUS e pode durar 6 meses ou 1 ano.

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