terça-feira, 3 de abril de 2012

ESTRESSE FAZ INFLAMAÇÕES FICAREM FORA DE CONTROLE...

FONTE: Folha, TRIBUNA DA BAHIA.


Analisando dados de dois estudos com seres humanos, uma equipe de cientistas flagrou um mecanismo que faz com que o estresse aumente o risco de doenças ao afetar a capacidade do organismo de controlar as inflamações.

"O estresse psicológico crônico está associado a um risco maior de depressão, doença cardiovascular, diabete, doenças autoimunes, infecções respiratórias e pior cicatrização de feridas", lembram os autores do estudo, liderados por Sheldon Cohen, da Universidade Carnegie Mellon, de Pittsburgh (EUA).

Havia a hipótese de que o estresse agiria diretamente por meio do aumento do hormônio cortisol no sangue.

O organismo libera esse hormônio em resposta a uma situação estressante. O cortisol aumenta a pressão arterial e o açúcar no sangue, proporcionando mais energia. Mas, a longo prazo, o excesso pode causar problemas.

"A ideia de que o estresse age por meio dos efeitos diretos do cortisol está se tornando menos provável. O que pode ser mais significativo é como os tecidos respondem ao cortisol, e não os níveis do hormônio em si", escreveram Cohen e colegas na revista científica americana "PNAS".

Violentos combates eram registrados nesta terça-feira na Síria, onde o Exército tenta retomar o controle dos redutos rebeldes, apesar da promessa feita à ONU de retirar as tropas das cidades até 10 de abril.

Em Injel, na província de Deraa e um dos berços da rebelião no sul do país, os combates entre o Exército e militares dissidentes começaram de madrugada nas proximidades de um quartel militar, informou o opositor Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

Também na província de Deraa, dezenas de ônibus com soldados entraram em Dael, onde "os habitantes temem uma campanha de detenções", destacou o OSDH.

Em Idleb, norte do país, o Exército e desertores lutavam nas proximidades da cidade de Taftanaze. Quatro civis ficaram feridos e casas foram incendiadas por soldados.

Na província de Damasco, combates similares foram registrados na cidade de Duma, perto da capital.

O emissário internacional Kofi Annan informou na segunda-feira ao Conselho de Segurança da ONU que o governo de Damasco aceitara começar a aplicar o plano de solução para a crise até 10 de abril.

O presidente Bashar al-Assad prometeu a Annan iniciar "imediatamente" uma retirada das tropas para que o processo termine em 10 de abril, informou a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice.

Os meios de comunicação sírios mantêm silêncio sobre a aceitação do plano de Annan.

INFLAMAÇÃO SEM FREIO.
Eles propõem um modelo que explicaria o maior risco de doença por meio da diminuição da sensibilidade das células de defesa do corpo aos hormônios que normalmente agem para colocar um freio na resposta inflamatória. Essa diminuição é conhecida pela sigla em inglês GCR.

Os dois experimentos envolveram dois grupos de adultos com, respectivamente, 276 (125 homens, 151 mulheres, idade média de 29 anos) e 82 (39 homens, 43 mulheres, idade média de 37 anos) voluntários em boa saúde. Muitos, porém, tinham passado por "eventos de vida estressantes" ao longo do ano anterior.

"Esse é um critério padronizado que se mostrou capaz de ajudar a prever doenças no passado. Os eventos variam muito, mas podem ser coisas como ter problemas recorrentes com um cônjuge, problemas recorrentes no trabalho, a perda por morte de um amigo próximo ou membro da família, ter sido preso etc.", disse Cohen à Folha.

Os voluntários receberam pelo nariz soluções contendo vírus do resfriado comum (rinovírus) e depois ficaram de quarentena. Eles foram acompanhados durante cinco dias para avaliação do seu estado de saúde e presença de sintomas de resfriado, com lavagens nasais para verificar a presença do vírus.

Os resultados do primeiro estudo indicaram que as células de defesa, do sistema imunológico, eram menos sensíveis aos hormônios que encerram a resposta inflamatória nas pessoas estressadas do que em outros indivíduos igualmente saudáveis, mas que não passaram por estresse no ano anterior.

SENSÍVEL.
O segundo estudo foi feito para checar a produção de substâncias capazes de promover a inflamação, as citocinas. E descobriu que, quanto mais a pessoa tinha GCR, ou seja, menor sensibilidade do sistema de defesa, maior foi a produção de citocinas pelo organismo.

Os resultados dos dois estudos, afirmam os autores, indicam como o estresse afeta a regulação da inflamação pelo organismo. "Como a inflamação desempenha um papel importante na iniciação e progressão de uma ampla gama de doenças, esse modelo pode ter amplas implicações para a compreensão do papel do estresse na saúde", concluíram os sete autores do estudo.

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