FONTE: DÉBORA MISMETTI, EDITORA-ASSISTENTE DE "CIÊNCIA+SAÚDE" (www1.folha.uol.com.br).
Um estudo na revista "Lancet" realizou, pela primeira vez, uma medida direta da exposição à radiação por exames médicos na juventude e o aumento do risco de câncer.
O estudo viu dados de 180 mil pessoas de até 22 anos submetidas a tomografias entre 1985 e 2002 e mediu a ocorrência de câncer no cérebro e leucemias anos depois.
De acordo com os médicos do Reino Unido e dos EUA, doses de radiação equivalentes a duas ou três tomografias de cabeça aumentam em até três vezes a incidência de câncer no cérebro em relação a quem recebeu doses mais baixas.
A probabilidade de desenvolver leucemia triplica entre os submetidos a doses maiores, comparáveis a mais de cinco exames.
Mas a chance de ter câncer, mesmo assim, é pequena: foram achados 74 casos de leucemia e 135 de câncer no cérebro nas 180 mil pessoas.
Para os autores, apesar de as tomografias computadorizadas serem instrumentos diagnósticos valiosos, é preciso usá-las somente quando há motivo suficiente e se outros testes com baixa radiação, como radiografias, ou sem, como ressonância magnética, não forem adequados.
Segundo Rubens Chojniak, do Hospital A.C. Camargo, a própria indústria vem desenvolvendo máquinas que minimizam as doses de radiação e as ajustam automaticamente de acordo com a anatomia do paciente.
Chojniak diz que não há como estabelecer um número máximo de exames que possa ser considerado seguro. "Mas a tomografia bem indicada traz muito mais benefícios do que riscos."
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