FONTE: Roberta Cerqueira REPÓRTER, TRIBUNA DA BAHIA.
A cada cinco minutos uma pessoa morre de infarto, no mundo. No Brasil são mais de 80 mil óbitos a cada ano. Foi-se o tempo em que as doenças do coração acometiam mais os homens após os 60 anos. As cardiopatias estão atingindo todas as idades e sexos e entre as mulheres, o infarto já mata sete vezes mais que o câncer de mama. A falta de conhecimento da população, sobre os sintomas e formas de prevenção são a principais razões da alta mortalidade.
Quem faz a alerta é o cardiologista intervencionista, Marcelo Cantarelli. “Quanto mais rápido uma pessoa, que esteja enfartando, for atendida, maior será a chance de sobreviver ao ataque”, destaca o médico que é também conselheiro da Sociedade Brasileira de Cardiologia Intervencionista (SBHCI), responsável pelo lançamento da Campanha Coração Alerta.
O lançamento aconteceu, ontem, durante o 34° Congresso da SBHCI, no Centro de Convenções da Bahia e tem como principal objetivo reduzir em até 50% as taxas de mortalidade por infarto agudo do miocárdio, no Brasil. “É a primeira vez que o Brasil realiza uma campanha desta natureza”, destaca Cantarelli. A campanha conta ainda com o apoio da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC).
O médico especialista chama a atenção para o crescimento do número de casos entre grupos que antes não eram considerados de maior risco, a exemplos das mulheres e dos jovens. “Pelo menos 30% dos ataques de coração têm as mulheres como vítimas, matando cerca de 200 delas todos os dias”, ressalta.
Para autor da pesquisa, o médico Hélio Castello, o número, sete vezes maior que as mortes por câncer de mama se deve a menor prevenção por parte das mulheres. “As mulheres se previnem mais sobre o câncer de mama do que em relação aos problemas do coração”, destaca.
De acordo com ele, 40% das brasileiras apresentam aumento da cintura abdominal, mais de 20% fumam, 18% são ex-fumantes, 23% têm níveis de pressão arterial acima do normal e 21% possuem alteração dos níveis de colesterol.
A desinformação segundo os especialistas ainda é o maior agravante. “Muitas vezes as manifestações clínicas da doença confundem os pacientes, fazendo com que busquem outros especialistas”, lembra Marcelo Queiroga, presidente da SBHCI. O atendimento nas primeiras horas do ataque é fundamental para a sobrevida.
“Quando o paciente é atendido nas duas primeiras duas horas após o ataque ele tem uma redução de 50% para até 5% o risco de morte, por isso é importante estar atento aos sintomas e lembrar que nem sempre eles (os sintomas) se apresentam juntos, muitas vezes apenas um deles se manifesta”, diz.
A dor no peito – que pode se estender para a região do braço esquerdo, costas e mandíbula – e a pressão ou queimação no peito ou na região conhecida como “boca do estômago” são muitos frequentes entre as vítimas de infarto, porém, nas mulheres estes sintomas são menos comuns.
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