quarta-feira, 12 de setembro de 2012

BUTANTAN PRODUZ CÉLULAS-TRONCO A PARTIR DE DENTE DE LEITE...

FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.

                     
Pesquisadores do Laboratório de Genética do Instituto Butantan criaram uma técnica que permite obter grandes quantidades de células-tronco - capazes de gerar qualquer tecido do corpo humano – a partir do dente de leite.

As células-tronco obtidas a partir deste estudo já estão sendo aplicadas em seres humanos. Os primeiros resultados dos testes, que visam à reconstrução do tecido que reveste a córnea, deverão ser anunciados no segundo semestre de 2013.

Segundo Nelson Lizier, pesquisador do Instituto Butantan, já existem fora do país alguns estudos avançados. No entanto, eles não chegaram à quantidade de células que a técnica criada pelos pesquisadores do Butantan consegue obter.

“O grande achado do nosso trabalho é conseguir quantidades de células suficientes para aplicação em humanos”, afirma Lizier. De acordo com ele, com essa nova tecnologia, de uma única polpa [de um dente de leite], é possível tratar muitos pacientes, em torno de 100 por dia.

Os últimos testes feitos em animais mostraram que as células não levam a nenhum efeito colateral quando comparadas a biofármacos e a outras drogas.

Como parte do experimento, um grupo de pacientes com lesões na córnea está recebendo as células-tronco.

O pesquisador informou que já foram realizadas cirurgias em 2 pacientes, no Instituto da Visão da Unifesp [Universidade Federal de São Paulo], que é responsável pela parte cirúrgica. Os resultados só poderão ser divulgados após o encerramento dos testes.

Os pesquisadores também já estão desenvolvendo pesquisas sobre a aplicação das células-tronco em outras áreas, além da córnea. “A gente já tem estudos aqui dentro do grupo de pesquisa para a utilização dessas células para regeneração de retina, para arteriosclerose, doenças cardíacas, regeneração óssea, de cartilagem, e implantes dentários”, disse Lizier.

Os estudos sobre células-tronco obtidas a partir de dentes de leite começaram a ser feitos no Butantan em 2004. Com essa técnica, os embriões não são mais necessários para a criação das células-tronco. Dessa forma, é possível produzir do próprio organismo do paciente uma célula igual à embrionária.

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