FONTE: Carmen Vasconcelos (carmen.vasconcelos@redebahia.com.br), CORREIO DA BAHIA.
Visitantes do Parque Yosemite podem apresentar doença no pulmão.
Cerca de 10 mil pessoas que visitaram o Parque Nacional de Yosemite, no oeste da Califórnia (Estados Unidos), nos últimos meses podem estar contaminadas pelo vírus que causa A Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus (SCPH). A informação - divulgada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos - confirmou seis casos da doença: dois pacientes já morreram.
A direção do local está tentando localizar as 2,9 mil pessoas que permaneceram no alojamento “Curry Village” entre os dias 10 de junho e 24 de agosto.Segundo a direção do parque, o acampamento foi desinfetado, mas permanece fechado por tempo indeterminado.
TRANSMISSÃO.
De acordo a professora de infectologia da Universidade Federal da Bahia, a médica Jacy Andrade, a contaminação pelo hantavírus ocorre, geralmente, após a inalação do micro organismo no ar, mas também o contágio pode acontecer por meio do contato com a urina, fezes, saliva ou mesmo de roedores contaminados.
“Geralmente, a doença ocorre mais freqüentemente entre as pessoas que trabalham em atividades em depósitos de alimentos, celeiros, galpões, estábulos, nos arados ou rebanhando animais”, explica. Ela lembra que casos da SCPH por mordida de roedores são mais raras, mas podem acontecer. Com uma taxa de mortalidade alta, podendo alcançar cerca de 60% dos doentes, a SCPH caracteriza-se por atacar os órgãos vitais: coração e pulmão, além de alterar o funcionamento dos rins, fígado e cérebro.
SINTOMAS.
Os sintomas da doença podem ser confundidos com outras viroses e, na fase inicial, o doente apresenta quadros de febre, dor no corpo, dor de cabeça, nas costas e barriga.
“Na chamada fase cardiopulmonar, que é a mais grave e onde geralmente há mortes, os sintomas são febre, pressão baixa, chiado no peito, tosse seca, edema pulmonar, evoluindo para insuficiência respiratória aguda e choque circulatório”, esclarece a médica. A última fase é a convalescença, que dura uma a duas semanas, e é onde ocorre a melhora nas alterações causadas pela doença.
Além da SCPH, as hantaviroses podem apresentar outra forma clínica: a Febre Hemorrágica por Síndrome Renal(FHSR), que ocorre na Ásia e Europa. Atualmente, são conhecidas 16 variantes de hantavírus associados à transmissão da SCPH nas Américas como Sin Nombre (EUA), Choclo (Panamá) e Andes (Argentina e Chile).
No Brasil, foram identificadas sete variantes, sendo cinco associadas com a SCPH (Araraquara, Juquitiba, Castelo dos Sonhos, Anajatuba e Laguna Negra) e duas (Rio Mearim e Rio Mamoré), até o momento, só foram detectadas em roedores.
MEDIDAS DE LIMPEZA PODEM EVITAR DOENÇA.
Segundo a médica e professora Jacy Andrade, como na maioria das viroses, o tratamento da Síndrome Cardiopulmonar por Hantavírus (SCPH) consiste em garantir o suporte de vida para o paciente, com hidratação adequada, além de garantir que a ventilação ocorra sem maiores problemas.
“Em casos mais graves, são utilizados a ventilação mecânica e a internação em centros de tratamento intensivo”, acrescenta a médica. A prevenção das hantaviroses passa por ações que impeçam o contato do homem com os roedores silvestres.
Logo a indicação é de que as áreas estejam livres da presença desses animais, roçando terrenos em volta de casas casa, evitando o acúmulo de lixo e entulho, mantendo os alimentos estocados em recipientes fechados e à prova de roedores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário