ESPECIALISTAS DIZEM QUE TESTES DE DETECÇÃO DE CÂNCER DE OVÁRIO SÃO INÚTEIS...

FONTE: , em Washington (noticias.uol.com.br).

Os testes recomendados para detectar um câncer de ovário em mulheres com boa saúde são inúteis e, no geral, prejudiciais, concluiu um grupo federal de cancerologistas americanos.

Estes exames, que consistem na análise do sangue para detectar a substância e os marcadores biológicos vinculados ao câncer em uma ultrassonografia de ovários, não permitem reduzir a mortalidade, explica um grupo de trabalho do serviço de prevenção americana (US Preventive Service Task Force).

Além disso, estes procedimentos produzem muitos resultados de falsos positivos, que levam a intervenções cirúrgicas sem necessidade e com uma elevada taxa de complicações. "Não existe um método eficaz de detecção do câncer de ovário que permita reduzir a mortalidade", diz Virginia Moyer, presidente do grupo de trabalho.

Os médicos afirmam que não há testes de rotina recomendados para mulheres que não apresentem sintomas de câncer de ovário e que não têm mutações genéticas, como as encontradas nos genes BRCA1 e BRCA2, que aumentam o risco de sofrer a doença.

Outras associações norte-americanas já realizaram recomendações similares às do grupo federal, como Associação Americana Contra o Câncer (American Cancer Society) e o grupo norte-americano de obstetrícias e ginecologistas (American Congress of Obstetricians and Gynecologists).

O grupo de trabalho do serviço de prevenção norte-americano, formado por médicos especialistas independentes e nomeados pelo governo, já havia anunciado a inutilidade de um teste de detecção do câncer de próstata conhecido como PSA e da mamografia de rotina para mulheres com menos de 50 anos.

Enquanto existe um consenso na comunidade médica no que se refere às recomendações dos testes de detecção do câncer de ovário, não acontece a mesma coisa no que se refere aos testes de próstata e mamografias que são alvo de grandes controvérsias entre os especialistas. O câncer de ovário é bem raro, e são registrados 22,2 mil novos casos e 15,5 mil mortes por ano nos Estados Unidos.