FONTE: TRIBUNA DA BAHIA.
No primeiro semestre deste ano, o estado de São Paulo registrou, em média, 35 mortes por dia, o equivalente a uma morte a cada 41 minutos, em razão de complicações por pneumonia, revelou levantamento da Secretaria de Estado da Saúde.
O balanço, que teve como base as notificações das unidades públicas de saúde, mostrou que, de janeiro a junho, 61,8 mil internações tiveram a pneumonia como causa. Desse total, cerca de 6,3 mil pacientes morreram.
Na comparação com o mesmo período do ano passado, houve queda de 11,4% no número de internações, mas a quantidade de mortes subiu 13,2%.
De acordo com Fábio Pereira Muchão, pneumologista do Ambulatório Médico de Especialidades, as pessoas mais atingidas pela doença foram as crianças, os idosos e os portadores de doenças crônicas.
Dos três, os mais velhos formaram o grupo etário com maior risco de a doença evoluir para a morte.
Segundo o levantamento, dos 6,3 mil óbitos registrados no estado, cerca de 5 mil eram idosos.
“O idoso é mais frágil, porque geralmente tem outras doenças crônicas e a pneumonia pode funcionar como um complicador”, explica o médico.
Muchão conta que as principais complicações enfrentadas pelos pacientes com pneumonia são insuficiência respiratória e outros quadros respiratórios graves. O tratamento exige internação ou, eventualmente, de atendimento em unidade de terapia intensiva.
Com menor mortalidade, porém, com alto número de internações, o grupo das crianças menores de 2 anos de idade respondeu por cerca de 12 mil das internações no semestre. “Quanto mais jovem, mais vulnerável, principalmente abaixo de 2 anos”, disse Muchão.
Os pacientes portadores de doenças crônicas geralmente são acometidos por pneumonias causadas por fungos. “Elas atingem pessoas internadas por um longo período ou que tomaram vários tipos de antibióticos”, explica.
A forma de pneumonia mais comum é a causada por um vírus, que tende a ser menos grave. As pneumonias provocadas por bactérias são mais intensas e os médicos costumam prescrever tratamentos com antibiótico.
O médico explica ainda que o aumento de mortalidade e internações é, de certa forma, esperado, pois trata-se de uma tendência sazonal. “Ocorre no inverno, em decorrência das piores condições atmosféricas e da circulação maior de vírus respiratórios, que são vírus facilitadores de pneumonias”, disse.
A tendência para os próximos anos, segundo ele, é que o número de internações diminua em função do acesso à vacina pneumocócica 10-valente pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Desde 2010, a vacina é aplicada em crianças de 1 mês a 1 ano e 11 meses de idade e imuniza contra sorotipos de pneumococos. “A vacina protege contra algumas formas graves de pneumonia”, explica Muchão.
Segundo o médico, a melhor maneira de se prevenir contra a pneumonia é manter o cuidado geral com a saúde, a boa alimentação, manter o calendário de vacinas em dia, além de fazer visitas regulares ao médico.
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