FONTE: , em Genebra (noticias.uol.com.br).
O diretor do
Instituto Tropical e de Saúde Pública de Basileia, na Suíça, Marcel Tanner,
anunciou na quinta-feira (18) a uma rádio local que sua instituição será um
dos centros que realizará as análises clínicas para testar duas vacinas
experimentais que a OMS (Organização Mundial da Saúde) identificou como
possíveis métodos de imunização contra o vírus do ebola.
Segundo ele, as duas
vacinas são "promissoras". Os testes clínicos serão realizados em uma
centena de pessoas em Lausana e Genebra e começarão "o mais rápido
possível".
Em paralelo, outros
testes acontecerão em regiões da África não afetadas pela epidemia, além dos
que já se são feitos nos Estados Unidos. Esta é a fase 1, ou seja, a etapa em
que se controla a segurança das vacinas e sua capacidade para produzir uma
resposta imunológica.
Se os organismos das
pessoas produzirem os anticorpos apropriados, a vacina poderia ser utilizada
nas equipes médicas dos países afetados, algo que, segundo especificou Tanner,
não ocorrerá antes do ano que vem.
"Estas vacinas
são previstas para futuras epidemias", afirmou Tanner, que especificou que
para lutar contra a epidemia atual é preciso reforçar os sistemas de saúde dos
países afetados e aplicar as medidas de isolamento dos doentes.
O instituto suíço de
produtos terapêuticos Swissmedic e a Comissão de Ética devem dar ainda a
autorização para que os testes possam ser feitos.
Há 15 dias, as duas
vacinas contra o ebola que estavam em um processo mais avançado de
desenvolvimento foram assinaladas como uma das soluções para tentar deter a
expansão da epidemia atual. Especialistas reunidos em Genebra durante dois dias
para determinar quais tratamentos experimentais podem ser usados para lutar
contra o ebola alcançaram o consenso e identificaram as vacinas e as definiram
como "promissoras" para prevenir o contágio do vírus.
As duas selecionadas
são VSV-EBO, do canadense NewLink Genetic, e Chade-EBO, da britânica
GlaxoSmithKline. A ideia da OMS (Organização Mundial da Saúde) era que os
testes de segurança ocorressem durante dois meses - já que os efeitos nocivos
de uma vacina surgem rapidamente - e que as duas pudessem estar prontas em
novembro deste ano.
Segundo o cronograma
da OMS, os primeiros a receber as vacinas seriam os trabalhadores sanitários
dos países mais afetados, após ter obtido seu consentimento. Posteriormente, os
candidatos prioritários seriam os parentes de doentes e as pessoas que se
dedicam a enterrar aos mortos por ebola. Em função do resultado e da
disponibilidade, as vacinas seriam oferecidas à população em geral.
O número de
infectados se eleva a 5.335, dos quais 2.710 correspondem unicamente à Libéria,
onde 1.459 doentes morreram. A transmissão do vírus na Monróvia, sua capital,
está sendo considerada, agora, a principal propulsora da epidemia.
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