FONTE:Redação, (www.msn.com).
Há dez anos, quando a medida foi oficializada,
profissionais especialistas nas áreas de implantodontia, periodontia ou
bucomaxilofacial podem utilizar tecidos de transplantes ósseos para realizar
tratamentos odontológicos. Embora ainda seja uma prática incomum no Brasil, os
ossos retirados de uma única pessoa podem beneficiar cerca de outros 30
pacientes, segundo o Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia.
Comum para tratamentos em ortopedia, a retirada dos
tecidos para doação pode ser feita de duas formas. Segundo o responsável
técnico pelo banco de tecidos do Hospital das Clínicas da USP, Luiz Augusto
Ubirajara Santos, o método mais comum é quando ocorre a morte encefálica de um
paciente e ele já doou outros órgãos, como coração, rins e fígado, e a família
decide também doar os ossos e tendões. Outra alternativa é a doação autóloga,
em que ocorre retirada de tecidos da própria pessoa que precisa do transplante.
Na odontologia, os tecidos doados costumam ser utilizados
para a reparação de deformidades e lesões faciais ou também em implantes
dentários. Os tecidos doados por pessoas já falecidas é de extrema importância,
pois quando é feita a doação autóloga os riscos são maiores, em razão de ele
precisar passar por duas cirurgias ‒ a de retirada e a de colocação no local
desejado. Ubirajara defende que o acesso dos dentistas aos bancos de tecidos
melhorou a qualidade dos tratamentos. “O Brasil tem uma das maiores populações
de desdentados. Antigamente fazíamos tratamento a base de próteses, e os
pacientes reclamavam que elas incomodavam e balançavam. Hoje os bancos seguem
protocolos internacionais de controle de qualidade e os transplantes são muito
confiáveis", diz.
Conforme o coordenador de processamento do Banco de
Tecidos Músculo Esqueléticos da Universidade de Marília, Eduardo Accetturi,
qualquer tecido ósseo pode ser doado, mas, para preservar a estética do doador,
normalmente os ossos das pernas e dos braços são retirados, sendo que a face e
as mãos normalmente ficam intactas. O corpo não fica com nenhum tipo de
deformação, pois passa por um processo de reconstrução no qual os tecidos
retirados são substituídos por materiais sintéticos.
Bancos de tecidos.
Em todo o país existem seis bancos de ossos ou de tecidos
musculoesqueléticos, que podem armazená-los de duas formas. A mais comum é o
congelamento, que mantém os ossos, por até cinco anos, em uma temperatura de
-80º C. Mas também existe a liofilização do osso, no qual ele é processado,
esterilizado e armazenado à temperatura ambiente. Segundo Accetturi, todo o
processo de exames pelo qual o tecido é submetido, para comprovar se não
oferece nenhum risco até o momento em que é armazenado nos bancos de tecidos,
demora cerca de quatro meses.
Ubirajara diz que o processo de seleção e exames feitos
nos doadores é bem criterioso e, nele, boa parte dos possíveis doadores
falecidos são é recusada, o que aumenta ainda mais a fila de espera para os
transplantes. Doadores que tiveram patologias como osteoporose artrite
reumatoide, neoplasia ou estejam em faixa etária que comprometa a
característica dos tecidos normalmente não são considerados.
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