FONTE:, (www.msn.com).
O estresse é uma resposta fisiológica do organismo a
acontecimentos e problemas físicos ou emocionais, afetando o corpo de
diferentes formas. Na saúde bucal, especificamente, os efeitos podem ser o
agravamento e progressão da doença periodontal, bruxismo, halitose, entre
outros. As causas são variadas. Prazos apertados para pagar contas, trânsito,
término de relacionamentos, chefes, tudo isso é um gatilho que contribui para o
aparecimento do estresse.
É preciso ressaltar que nervosismo e irritação são duas
coisas normais em situações do dia a dia. O estresse que afeta as pessoas
negativamente decorre de sensações e sentimentos mais complexos, como medo,
desespero, raiva e frustração. Esse mal perturba a homeostasia do organismo –
processo de regulação de equilíbrio interno do corpo. A pessoa estressada
libera em maior quantidade o hormônio cortisol, que é produzido em níveis
normalmente baixos. A adrenalina também tem sua produção aumentada, embora a
rota de atuação seja diferente. Essas duas substâncias são responsáveis por
regular várias funções no corpo, como o sistema imunológico. Elas podem
desencadear tanto um efeito pró quanto anti-inflamatório.
Os maus hábitos de higiene aliados ao estresse aceleram o
processo inflamatório da doença periodontal, causada pela ação bacteriana,
podendo comprometer os tecidos de sustentação dos dentes. O cortisol age sobre
a cadeia do ácido araquidônico, reduzindo o processo anti-inflamatório e
acelerando a progressão da doença. Nos casos mais graves, as pessoas chegam a
perder os dentes. “O estresse diminui a resistência do organismo, o que
favorece a proliferação da bactéria e, consequentemente, a progressão da
doença”, explica o professor titular da disciplina de periodontia da
Universidade de São Paulo (USP), Giuseppe Alexandre Romito.
Comumente, quando estressadas, as pessoas voltam-se para
hábitos pouco saudáveis e acabam usando tabaco e álcool, além de negligenciarem
a higiene oral. Esses são fatores de risco que estimulam a proliferação de
bactérias. “Junto com a diabetes, o fumo é um risco comprovado no agravamento
da doença periodontal. O álcool também prejudica, embora não no mesmo
nível do tabaco”, afirma Romito. A gengivite ulcerativa necrosante aguda (Guna)
é uma das consequências do estresse intenso, principalmente entre jovens. Ela é
uma doença periodontal incomum, caracterizada por necrose, ulceração, dor e
sangramento gengivais. “A Guna é facilmente identificável. Ela ocorre em
situações pontuais, que envolvem grande estresse e ansiedade, e acomete
pré-vestibulandos, noivos, estudantes etc.”, comenta Romito.
O estresse também está relacionado ao apertamento
dentário e ao bruxismo. Os dois distúrbios, que causam desgaste nos dentes,
surgem a partir de condições emocionais altamente extenuantes. A origem dos
problemas não está necessariamente associada ao estresse, pois esses hábitos
também podem aparecer em decorrência da depressão e da ansiedade, por exemplo.
Apertamento dentário é uma força além do normal que a pessoa faz quando a
arcada superior e inferior se encostam. No bruxismo, o indivíduo, além de
apertar os dentes, range-os. O tratamento, nesse último caso, envolve a
colocação de uma placa de resina acrílica que impede que haja esse movimento.
Uma pessoa estressada precisa de uma escovação rigorosa,
uso de fio dental diário e acompanhamento profissional periódico. “Há um
dogma de que o ideal é que as idas ao dentista sejam a cada seis meses”,
declara Romito. Para quem tem problemas, como a doença periodontal, porém, o professor
aconselha que as consultas ocorram de quatro em quatro meses. Se o estresse
está presente, tente aliviá-lo com uma dieta nutritiva, tentando dormir o
número de horas necessárias à noite e exercitar-se para reduzir a ansiedade e a
tensão.
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