FONTE: Agência Câmara, TRIBUNA DA BAHIA.
Dados alarmantes do Instituto
Nacional de Câncer foram discutidos em debate; acredita-se que cerca de 90% dos
casos da doença têm relação a fatores biológicos, físicos e químicos.
Exposição prolongada a agrotóxicos pode causar desde irritações na pele, vômitos e alergias, a mal de Parkinson e câncer. Os dados alarmantes foram apresentados pela representante do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Marcia Sarpa, em audiência pública realizada pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
Exposição prolongada a agrotóxicos pode causar desde irritações na pele, vômitos e alergias, a mal de Parkinson e câncer. Os dados alarmantes foram apresentados pela representante do Instituto Nacional de Câncer (Inca), Marcia Sarpa, em audiência pública realizada pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável.
O
debate, solicitado pelo deputado Augusto Carvalho (SD-DF) para discutir os
impactos dos agrotóxicos na saúde e no meio ambiente, foi realizado na
quinta-feira (3/12), quando é comemorado o Dia Mundial de Luta contra os
Agrotóxicos.
A data
foi escolhida em memória da tragédia de Bhopal, na Índia, em 1984, quando houve
um vazamento de cerca de 40 toneladas de gases letais de uma fábrica de
agrotóxicos. O desastre provocou a morte de mais de sete mil pessoas.
Márcia
Sarpa explicou que as baixas doses e as exposições múltiplas às substâncias
desregulam o sistema imunológico e são responsáveis por mutações no DNA que
podem levar ao câncer.
Segundo
ela, acreditava-se que a maioria dos casos da doença era proveniente de fatores
genéticos, mas hoje já se tem entendimento que 80% a 90% dos casos de câncer
estão relacionados a fatores biológicos, físicos e químicos. Sarpa afirma que a
prevenção é possível.
"Uma
das medidas urgentes no Brasil é o cumprimento da legislação, porque a Lei dos
Agrotóxicos [7.802/89] é bem rigorosa quando fala que agrotóxicos mutagênicos,
carcinogênicos e teratogênicos não podem ser registrados no Brasil. Então vamos
cumprir a lei, proibir a pulverização aérea e o uso de agrotóxicos proibidos em
outros países. Nós não somos o lixo do mundo", afirmou.
O
coordenador do Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos, Pedro
Luiz Gonçalves Serafim da Silva, acrescentou que a proposta de emenda à
Constituição (PEC 491/10) que proíbe a criação de imposto incidente sobre
insumos agrícolas é um retrocesso.
Para
Augusto Carvalho o atual modelo brasileiro de produção de commodities tem
provocado várias tragédias no País. "Tragédias é o que marca o nosso
tempo. Enquanto o Brasil continuar com esse modelo de grande produtor e
exportador de commodities, nós vamos ter as mineradoras fazendo o que fizeram
agora em Mariana e outras tragédias poderão acontecer. E a produção de grãos de
commodities podem também estar levando a uma tragédia invisível e pouco
dimensionada", declarou o deputado.
Preocupado
com o aumento do uso de agrotóxicos no País nos últimos anos, Carvalho também
formulou um abaixo-assinado requisitando a implementação do Programa Nacional
de Redução de Agrotóxicos (Pronara). O programa faz parte da Política
Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica (Decreto 7.794/12).
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