sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

GENGIVITE E PROSTATITE PODEM ESTAR RELACIONADAS? VEJA O QUE DIZEM ESPECIALISTAS...

FONTE:  Redação, (www.msn.com).


A Case Western Reserve University, uma universidade norte-americana do estado de Ohio, divulgou um estudo curioso no início do ano. Segundo a equipe de pesquisadores do curso de Odontologia da instituição, o tratamento de doenças periodontais poderia reduzir os sintomas da prostatite. Uma vez que haja uma higiene oral de qualidade nos homens e um controle de processos inflamatórios sistêmicos é possível dizer que há uma provável relação entre as duas patologias. A pesquisa, entretanto, ainda não é uma verdade aceita de forma absoluta pelo mundo acadêmico. 

Em pleno Novembro Azul, campanha que conscientiza o homem da importância da prevenção e do combate ao câncer de próstata, a saúde da população masculina ganha destaque. O objetivo é mudar os hábitos dos homens, fazendo com que eles procurem seus médicos para falar mais abertamente sobre doenças. 

Não é exatamente novidade que as mulheres têm maior preocupação com a saúde do que os homens, principalmente em se tratando de higiene oral. Algumas pesquisas mostram que eles deixam muito a desejar em questão de saúde bucal. As doenças periodontais são mais frequentes no sexo masculino, pois eles têm menos cuidado com os dentes e menor taxa de retorno ao consultório dentista do que o sexo feminino. A amostragem do estudo da CWR University mostra que todos os 27 participantes tinham doença gengival, de moderada a grave. 

Além disso, foi verificado que 21 dos 27 homens na pesquisa tinham entre uma inflamação leve ou ausência de inflamação na próstata, mas 15 apresentavam câncer já diagnosticado e dois possuíam ambas as patologias. Em todos eles foram realizados exames para detecção de doenças periodontais. Com o resultado positivo dos testes, eles receberam tratamento para gengivite. Entre quatro e oito semanas depois, foram apresentadas melhoras significativas nos sintomas.

Durante o tratamento periodontal, 21 dos 27 homens mostraram diminuição do PSA (Antígeno Específico da Próstata) ‒ substância produzida pela próstata cuja função é tornar o esperma líquido após coágulo formado na ejaculação e, dependendo da quantidade no sangue, serve como indicador caso haja aumento benigno do órgão (hiperplasia), câncer ou inflamação. Para o professor de periodontia da Universidade de Campinas (Unicamp) e da Universidade Paulista (Unip), Márcio Zaffalon Casati, essa condição é uma evidência fraca da relação entre gengivite e prostatite. “Cuidando de uma infecção local a pessoa teria uma melhor resposta anti-inflamatória do corpo, em geral. Então, não sei se essa relação entre as duas doenças é muito forte. Não se pode estabelecer conclusões definitivas a respeito, mesmo porque esse estudo é inicial”, afirma. 

Toda infecção bucal gera marcadores inflamatórios no corpo. Se houver uma dosagem dessas proteínas, que caracterizam a presença do processo de inflamação e são produzidas pelas células da boca, pode acontecer de haver uma integração com outras infecções do organismo. Dessa forma, sintomas da prostatite seriam reduzidos ao tratar a periodontite. O urologista Tiago Rosito explica que quando o paciente for tomar um antibiótico ele, por tabela, estará tratando todas as doenças infecciosas no organismo ao mesmo tempo. “Se as bactérias forem sensíveis ao medicamento, eventualmente, o tratamento de uma infecção local ajudará em uma sistêmica”. 

Segundo Casati, uma vez que haja controle de processos inflamatórios sistêmicos, a higiene oral pode ser um fator preventivo para a prostatite. Como homens são mais suscetíveis do que as mulheres em contrair doenças periodontais, é natural que haja uma maior preocupação com a sua saúde bucal. Afinal, a periodontite pode originar outros problemas sistêmicos, como diabetes e disfunções cardiovasculares. “Existem outras consequências, por exemplo, a perda de dentes e dificuldades de mastigação e na articulação de fonemas. Além da famosa cárie”, esclarece o periodontista. Uma visita semestral aos consultórios dentistas é suficiente para manter a limpeza bucal. 

A prostatite é uma doença de cunho infeccioso causada por uma bactéria que coloniza a próstata. “Não deixa de ser uma infecção do trato urinário do homem”, analisa Rosito. Homens sexualmente ativos estão mais propensos a serem afetados pela infecção. 


Os urologistas não determinam uma idade absoluta em que homens jovens e assintomáticos devam começar a fazer exames prostáticos e de toque. A recomendação é para aqueles que têm histórico familiar e sintomas de alguma patologia na próstata. “Se os pacientes quiserem saber se eles têm sintomas que indiquem algum problema prostático, é ainda melhor como fator preventivo”, acrescenta Rosito. O exame de toque deve ser feito uma ou duas vezes ao ano a partir dos 45 anos, pois, junto com os níveis de PSA, ajuda na prevenção do câncer de próstata.

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