sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

HIPERTENSOS PRECISAM DE CUIDADOS A MAIS NO ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO...

FONTE:Redação,  (www.msn.com).

 


Atrasos, tempo de espera, ambientes estressantes, tudo isso contribui para deixar o paciente hipertenso ainda mais ansioso na hora do atendimento nos consultórios odontológicos. Por isso, é importante tranquilizá-lo durante a consulta. Os cirurgiões-dentistas devem garantir que hipertensos fiquem o menor tempo possível no  consultório. O ideal é que os atendimentos sejam pela manhã, porque, no final da tarde, há o estresse acumulado da rotina de trabalho. É necessário, também, que todo o procedimento seja explicado de forma clara, a fim de fazê-los entender o que será feito pelo profissional.
Em primeiro lugar, o dentista precisa certificar-se do histórico médico do paciente, quais medicamentos toma, se a doença está sob controle ou não. A pressão arterial (PA) deve ser aferida antes da consulta ser iniciada. O recomendado é que o atendimento ambulatorial não interfira no ritmo cardíaco, na demanda de oxigênio do miocárdio (músculo autônomo do coração que possui funcionamento involuntário) e na PA. Algumas das indicações feitas pela cirurgiã-dentista Daliana Queiroga, professora da disciplina de estomatologia da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), é ter controle da dor durante procedimentos operatórios e, se necessário, prescrever droga ansiolítica antes do atendimento. 
Os dentistas precisam levar em consideração duas situações ao atender pacientes hipertensos, ambas relacionadas à medicação. A primeira, segundo Daliana, é o crescimento anormal da gengiva, causado pelos bloqueadores de canais de cálcio ‒ fármacos utilizados no tratamento da hipertensão ‒, que fazem parte da composição dos anti-hipertensivos. “Nessas ocasiões, o dentista faz a gengivoplastia, que é uma cirurgia plástica na gengiva”. De acordo com Daliana, o problema só deixa de existir caso haja extração do dente ou interrompimento do uso dos medicamentos. 
A segunda alteração é a diminuição da secreção salivar, o que influencia em um aumento da incidência de cáries, traz dificuldades na adaptação de próteses e implantes, torna a saliva mais viscosa e modifica o paladar, impedindo, dessa forma, que as papilas do paciente sintam o gosto dos alimentos. Além disso, o hipertenso tem problemas na deglutição, fala e respiração. “Nesses casos, o dentista lança mão de saliva artificial e aconselha o indivíduo a mascar chiclete sem açúcar, beber muita água e evitar o uso de produtos com álcool na composição na hora de enxaguar a boca”, explica a professora. 
Acompanhamento constante.
Daliana avalia que o paciente deve visitar o dentista antes mesmo de começar a fazer o uso de medicação no tratamento da hipertensão. “Podemos observar, dessa forma, o que é necessário fazer e quais recomendações seguir”. Um ponto polêmico, ressaltado pela profissional, é o uso de anestésico com vasoconstritor durante procedimentos odontológicos. “Os trabalhos acadêmicos e a experiência clínica mostram que é melhor usar do que não o fazer, porque a quantidade de adrenalina presente no vasoconstritor é muito menor que a liberada pelo paciente”, afirma. A chamada adrenalina endógena, liberada pelo próprio organismo do indivíduo em situações de estresse, é 15 vezes maior do que a que está presente em anestésicos. “Se for usado de um a dois tubetes, não tem problema nenhum”. 
A anamnese, espécie de entrevista feita pelos profissionais da área da saúde com os pacientes, busca auxiliar no diagnóstico de uma patologia no indivíduo entrevistado. “Usando essa técnica, o dentista vai sentir como o paciente reage diante de situações estressantes e da dor”, comenta Daliana. Ela também é eficaz na identificação de hipertensos e em saber qual o grau que a doença se encontra. 
Se a pressão arterial estiver muito elevada durante um procedimento odontológico, os pacientes podem ter dores de cabeça, tonturas e até mesmo desmaios. Em casos mais extremos, há a possibilidade de acidentes vasculares cerebrais (AVCs). Daliana esclarece que antes de qualquer operação é solicitada ao hipertenso uma avaliação clínica do cardiologista. “Se ocorrer esse tipo grave de problema, o adequado é encaminhar com urgência para o hospital mais próximo. Em consultório, entretanto, desde que o procedimento esteja controlado, não tem risco.”

É imprescindível que o dentista preze pelo conforto do paciente. Por isso, o principal instrumento na hora de atendimento de um hipertenso é um esfigmomanômetro (aparelho para medir a PA). O profissional também precisa manter em seu kit de emergência uma medicação anti-hipertensiva sublingual, pois é mais rapidamente absorvida pelo organismo, e garante ao paciente uma alternativa durante uma crise, caso haja necessidade.

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