FONTE: iG São Paulo, TRIBUNA DA BAHIA.
A vítima deve exigir seus
direitos e registrar um boletim de ocorrência, além de buscar a ajuda de
possíveis testemunhas.
Cleber*
saía do trabalho, em uma quarta-feira comum, quando
foi vítima de homofobia em um ponto de ônibus movimentado no centro de São
Paulo.
Ele
lembra que chegou um homem com uma criança, aparentemente seu filho, e falava
muito alto, incomodando todos que aguardavam no local.
“Ele
dizia coisas sobre homofobia e agressão física, dando detalhes e gesticulando
atos que já havia feito”, diz Cleber.
Depois
disso, o homem avançou contra todos os meninos que estavam no ponto. “Naquele
momento, não me preocupei se ela estava armado ou iria me bater, só senti
vontade de dizer: 'Me deixe em paz!'”, ressalta.
Cleber
conta que um dos rapazes tentou ajudá-lo. “Um dos meninos pediu para este homem
parar de me agredir verbalmente, já que estava quase ao ponto de me agredir
fisicamente. O que me veio à cabeça foi correr para um lugar seguro.”
Ele
revela que nunca pensou em denunciar ou ligar para a polícia. “Seria somente
mais um caso? Mais um boletim de ocorrência? Me senti seguro em não denunciar
para não me expor”, conta.
Casos
como o de Cleber acontecem diariamente. Vítimas de homofobia deixam de
denunciar os agressores por medo ou pela falta de confiança na segurança
pública.
O
desrespeito e preconceito com diferentes formas de expressão sexual e amorosa
representam ofensa à diversidade humana e às liberdades básicas garantidas pela
Declaração Universal dos Direitos Humanos e pela Constituição Federal.
Desta
forma, as vítimas de atitudes homofóbicas devem procurar ajuda e denunciar os
casos.
Qualquer
pessoa agredida, física ou verbalmente, deve exigir seus direitos e registrar
um boletim de ocorrência, além de buscar a ajuda de possíveis testemunhas do
ocorrido.
Em
casos de agressões físicas, a vítima não deve se lavar nem trocar de roupa,
pois elas poderão ser provas em um exame de corpo de delito.
Disque Direitos Humanos.
Para
quem não se sente confortável ou não possui acesso à uma delegacia de imediato,
a denúncia pode ser feita por telefone.
Funcionando
em todo o território nacional, o Disque Direitos Humanos – Disque 100 é um
serviço de atendimento telefônico gratuito, que funciona 24 horas por dia, nos
7 dias da semana.
O
serviço telefônico recebe denúncias anônimas relativas às violações de direitos
humanos, em especial as que atingem populações vulneráveis, como a comunidade
LGBT, mas também crianças e adolescentes, idosos, deficientes físicos e
moradores de rua.
“O serviço telefônico funciona 24 horas por dia, 7 dias da
semana
Para fazer uma queixa ao Disque 100, algumas informações são fundamentais. Além do nome da vítima e seu endereço, é preciso informar o tipo violência (física ou psicológica), quem a praticou e também informações sobre atual situação do (a) agredido (a) e se algum órgão responsável foi acionado.
Para fazer uma queixa ao Disque 100, algumas informações são fundamentais. Além do nome da vítima e seu endereço, é preciso informar o tipo violência (física ou psicológica), quem a praticou e também informações sobre atual situação do (a) agredido (a) e se algum órgão responsável foi acionado.
Como
ainda não há uma legislação que puna especificamente a homofobia no Brasil, as
denúncias no Disque 100 tornam-se fundamentais para mostrar aos nossos
legisladores a importância de uma lei neste sentido. O dados do serviço
telefônico municiam o Estado em suas políticas públicas de atenção à população
LGBT.
Na internet.
Em caso
de crimes de ódio via web, a Polícia Federal disponibiliza um site para
denúncias. O Governo Federal lançou o site Humaniza Redes, que recebe denúncias
contra os direitos humanos e tem opção específica para conteúdo homofóbico.
Regionais.
Além
dos serviços telefônico e pela internet, existem também os atendimentos
regionais de assistência à população LGBT que sofre homofobia.
São Paulo.
Estado
e município têm em São Paulo serviços de combate à homofobia. Na capital, a
Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Cidadania de São Paulo responde pela
questão.
Prefeitura: www.prefeitura.sp.gov.br/cidade/secretarias/direitos_humanos/lgbt/
Delegacias de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância –
DECRADI.
Endereço:
R. Brigadeiro Tobias, 527 – 3o. andar – Luz – SP/ Tel.: 3311-3555
Rio de Janeiro.
O
programa estadual Rio Sem Homofobia tem uma série de serviços para quem vive no
estado fluminense, como atendimento jurídico, social e psicológico. A
Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual (CEDS) atende aos moradores
da capital.
Rio Sem
Homofobia: www.riosemhomofobia.rj.gov.br/
Minas Gerais.
O
Centro de Luta pela Livre Orientação Sexual de Minas Gerais (CELLOS) presta
auxilio aos LGBTs, com serviços como o Centro de Referência LGBT de Belo
Horizonte (CRLGBT-BH) e o Núcleo de Atendimento e Cidadania à População de
Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (NAC/LGBT).
Paraíba.
O
Núcleo de Combate a Crimes Homofóbicos da Defensoria Pública do Estado da
Paraíba atende a todos os casos registrados na Delegacia Especializada Contra
Crimes Homofóbicos da Polícia Civil de João Pessoa. Os atendimentos são feitos
na sede física, na zona central da capital.
Defensoria:
Avenida
Rodrigues de Carvalho, nº 34, Edifício Félix Cahino, Centro de João Pessoa. Das
7h às 16. Telefone: 3218-4503.
Se você
conhece algum centro de apoio à comunidade LGBT, que não esteja listado acima,
envie um e-mail para minhahistoria@igcorp.com.br.
* O nome da vítima foi alterado para preservar sua
identidade.
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