A patologia é resultado
de uma alteração genética responsável por deformar as hemácias.
Uma a cada 455 pessoas
tem anemia falciforme em Salvador. A patologia é resultado de uma alteração
genética responsável por deformar as hemácias, que assumem o formato de foice (por
isso o nome falciforme) e endurecem, dificultando a passagem do sangue pelos
pequenos vasos e a oxigenação dos tecidos.
A doença é hereditária
e acomete principalmente pessoas negras. Desde 2008, é obrigatória a
notificação da doença após a sua identificação, feita através do teste do
pezinho, exame realizado logo após o nascimento do bebê. A Secretaria
Municipal da Saúde (SMS) lembra que, nos postos de saúde, é ofertada a
eletroforese de hemoglobina – exame para detecção da doença em pessoas que não
a identificaram no período neonatal. O resultado fica pronto em aproximadamente
10 dias.
Quem tiver dúvidas
sobre se possui ou não a doença pode solicitar o exame em uma consulta médica.
A depender do diagnóstico, o paciente será encaminhado a um especialista,
hematologista pediátrico ou adulto, nos multicentros de saúde Carlos Gomes e
Vale das Pedrinhas, que são unidades de referência para este tratamento. A
partir de então, passam a receber gratuitamente medicamentos que auxiliam no
controle da doença.
Sintomas
Os principais sintomas
da doença falciforme são a anemia crônica, palidez, cor amarelada na pele e no
branco dos olhos, causada por níveis elevados de bilirrubina no sangue
(icterícia); inchaços nos pés e mãos, geralmente com muita dor; além de crises
dolorosas nos ossos. Também podem ser registrados atraso no crescimento,
feridas nas pernas, tendência a infecções e problemas neurológicos, cardiovasculares,
pulmonares e renais, músculos e articulações.
Decreto
O decreto 18.857/2008
regulamentou a Lei 5.395/98, que instituiu o Programa de Assistência às Pessoas
Portadoras do Traço Falciforme ou Anemia Falciforme em Salvador. Pelo
documento, o município tem a responsabilidade de garantir a cobertura vacinal
completa a todas as pessoas com doença falciforme, além de medicação e
equipamentos necessários ao tratamento, que não poderá sofrer interrupção. A
série de medidas inclui ainda a prevenção de agravos, aconselhamento genético
com acesso a todas as informações técnicas e exames necessários aos parceiros e
parceiras com probabilidade de terem filhos com doenças falciformes, dentre
outros serviços.
Balanço.
Até o fim de 2018,
foram cadastrados 1.106 pacientes nos ambulatórios especializados em doença
falciforme na cidade e foram feitas 2.300 notificações no Sistema de Informação
de Agravos de Notificação (Sinan). Entre os 27.161 nascidos-vivos no período de
1º de janeiro a 31 de dezembro de 2018, 56 crianças foram atestadas com a
doença.
O dia 19 de
junho é celebrado o Dia Mundial da Conscientização da Doença Falciforme.
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