O presidente da
Fifa, Gianni Infantino, aumentou a pressão para que o Irã permita
que mulheres compareçam a estádios de futebol para assistir aos jogos da seleção iraniana pelas
eliminatórias da Copa do Mundo de 2022, no Catar. Em
uma carta enviada na última terça-feira, 18, à Federação Iraniana de Futebol
(FFIRI) vista pela Reuters, o dirigente pediu que se entregue à entidade que
controla o futebol mundial um cronograma que resulte na permissão para que as
mulheres comprem ingressos para as partidas, que começam em 5 de setembro.
“Embora estejamos
cientes dos desafios e das sensibilidades culturais, simplesmente temos que
continuar progredindo, não somente porque o devemos às mulheres de todo o
mundo, mas também porque temos a responsabilidade de fazê-lo, conforme os
princípios mais básicos estabelecidos nos estatutos da Fifa”, escreveu
Infantino ao presidente da federação iraniana, Mehdi Taj.
“Eu ficaria muito grato
se você pudesse informar a Fifa, o mais cedo que lhe
for conveniente, mas não depois de 15 de julho de 2019, sobre os passos
concretos que tanto a FFIRI quanto as autoridades públicas iranianas tomarão a
partir de agora para fazer com que todas as mulheres iranianas e estrangeiras
que queiram fazê-lo consigam comprar ingressos e assistir às partidas.” A
federação do Irã ainda não comentou publicamente o assunto.
Embora estrangeiras
tenham tido acesso limitado aos jogos, as iranianas não podem ir aos estádios
quando times masculinos estão jogando desde a Revolução Islâmica de
1979. Surgiram sinais de que a situação estaria mudando quando um grupo de
mulheres teve permissão para assistir à final da Liga dos Campeões da AFC
(Confederação Asiática) em Teerã, em novembro do ano passado. Infantino
estava presente no estádio Azadi quando o Persépolis enfrentou o japonês
Kashima Antlers diante de mais de 1.000 torcedoras em uma “sessão familiar”.
A medida veio depois
de esforços combinados de grupos de pressão de dentro e de fora do Irã,
apoiados por jogadores veteranos e pelo ex-técnico da seleção Carlos
Queiroz. Esperava-se que o avanço, que veio depois que Infantino debateu o
tema com o presidente iraniano, Hassan Rouhani, levasse a novas concessões na
nação islâmica conservadora, mas as torcedoras não tiveram acesso a partidas
desde então.
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