segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

ROLLES RECOLOCA FAMÍLIA NO UFC, VÊ CARINHO POR NOME GRACIE E DEFENDE RASHAD...

FONTE: Jorge Corrêa, em São Paulo (UOL ESPORTE).

Radicado nos Estados Unidos há seis anos, onde comanda uma famosa academia de jiu-jitsu com seu primo Renzo, Rolles precisou de apenas três lutas de MMA para ser contratado pelo UFC. Mas prestes a estrear no maior torneio de vale-tudo do mundo, ele admite: seu sobrenome Gracie ajudou. “Todo mundo queria ver alguém da família de volta ao Ultimate”, afirmou ao UOL Esporte.
Aos 31 anos, Rolles Gracie é filho de Rolls Gracie – um dos pioneiros do jiu-jitsu moderno, mas que morreu em 1982 um acidente de asa delta – e neto de Carlos Gracie. Com um longo histórico na arte suave, ele encara o desafio do MMA desde 2007 e já tem três finalizações em três lutas. “Tenho dado bastante ênfase para a luta em pé, mas para me sentir mais confortável para levar para o chão.”
Agora, ele faz sua estreia dentre os pesos pesados do UFC no card preliminar da 109ª edição do evento, dia 6 de fevereiro, contra o libanês naturalizado britânico Mostapha Al-Turk. Em entrevista ao UOL Esporte, Rolles falou sobre a preparação para essa luta e ainda defendeu Rashad Evans na polêmica criada por ele ter dado a faixa preta de jiu-jitsu sem quimono para o norte-americano.
UOL ESPORTE – COMO FOI SUA MUDANÇA DO JIU-JITSU PARA O MMA? VOCÊ SE SENTE EM TRANSIÇÃO?
ROLLES GRACIE – Na verdade, eu sempre gostei de fazer a parte do treinamento de pé, de defesa pessoal, defender um ataque com faca, coisas assim. Sempre brincava sério em parte do meu treino sem quimono, de ter alguém tentando me atacar, me bater... Por isso, nem estou sentindo como se passasse por uma transição.
COMO ESTÁ A SUA TROCAÇÃO? COMO TEM SIDO OS TREINOS PARA A LUTA DE PÉ?
Tenho dado bastante ênfase para a luta em pé, tenho treinado muito boxe. Estou me sentindo cada vez mais confiante. Lógico que meu carro chefe é o jiu-jitsu, mas treino muito a trocação para entrar tranquilo na luta.
Então não tem como a torcida brasileira esperar uma estratégia que não seja a de levar a luta para o chão?Com certeza. Se estou treinando a luta de pé, não é para nocautear o meu adversário, mas sim apenas para me sentir mais confortável. Isso também me ajuda a levar a luta para o chão. Quero complicar a vida do meu rival, não quero ser previsível. Estou sempre preocupado em melhorar meu jogo.
VOCÊ CHEGOU AO UFC EM UM MOMENTO EM QUE OS PESOS VOLTAM A ESTAR EM ALTA. ACHA QUE ISSO PODE COMPLICAR EU COMEÇO?
Acredito que quanto mais difícil, maior é a recompensa. Estou aqui para chegar ao cinturão e ter todo reconhecimento que sempre quis. Quando entrei no UFC, sabia que estaria pronto para qualquer parada. Senão, iria para outro evento. Aqui é onde estão os melhores do mundo e aos poucos vou conquistar meu lugar.
QUAL A RESPONSABILIDADE DE SER O PRIMEIRO GRACIE A VOLTAR AO UFC DEPOIS DO ROYCE?
Difícil de responder, mas sei que tenho um pouco de responsabilidade se analisarmos a história da família. Estou representando meus antepassados, além de também representar as futuras gerações. Não quero fazer feio e atrapalhar os próximos. Sempre vai ter alguém depois de mim. Mas não quero pensar nisso agora. Sou um ser humano e ele também. Vai vencer quem treinou mais, quem estiver mais preparado.
JÁ DEU PARA SENTIR O PESO DO SEU SOBRENOME NO UFC E NO MMA?
Deu para sentir pelo apoio que eu estou recebendo. Todo mundo queria ver alguém da família de volta ao Ultimate. Então estou muito feliz de ter essa honra.
VOCÊ CHEGOU A LER SOBRE A POLÊMICA DE RASHAD EVANS , QUANDO MUITOS PRATICANTES DO JIU-JITU O CRITICARAM POR TER DADO A FAIXA PRETA A ELE?
Ler, eu mesmo, não li. Mas esse mundo da luta é muito pequeno, então acabei ouvindo. Acho que o que existe é uma falta de carinho com o Rashad, por não conhecê-lo direito. Ele é uma pessoa fenomenal, um grande atleta, e muitos não sabem como é o jogo de chão dele. Sempre deixei claro que a faixa preta dele é de jiu-jitsu sem quimono, que é uma modalidade reconhecida, com federação internacional e com torneios importantes e reconhecidos. Se ele fosse competir nesses torneios, entraria como faixa preta. No meu ponto de vista, ele é faixa preta: um atleta de MMA faixa preta em jiu-jitsu sem quimono.
MAS VOCÊ JÁ SUGERIU A ELE PARTICIPAR DESSAS COMPETIÇÕES DE JIU-JITSU SEM QUIMONO?
Ele já foi convidado, por exemplo, para o último ADCC (Abu Dhabi Combat Club, maior torneio do mundo de grapling e jiu-jitsu sem quimono), mas como já estava com luta marcada, não deu. Pelo contrato do UFC, os atletas não podem lutar nesses eventos menos de oito semanas antes do show. Mas o Demian Maia, por exemplo, esteve lá defendendo seu título. O Rashad tem vontade, quer ir um dia, mas será para frente.
E COMO ESTÁ A EXPECTATIVA PARA A VOLTA DO RENZO AO MMA, PARA A LUTA CONTRA O MATT HUGHES NO UFC 112?
Estou junto com ele todos os dias, treinamos juntos. Como vou lutar primeiro, tem me dado muita força. Estamos acertando as posições, afiando nossa técnica. Ele está muito motivado, pegando uma forma física muito boa e já está até dentro do peso para o último corte antes de luta.

LIGADO NA INTERNET.
Rolles Gracie sabe aproveitar muito bem as novas tecnologias para se aproximar de seus fãs. Mesmo treinando forte para sua estreia no UFC, ele arruma tempo para atualizar com boa freqüência seus perfis em redes sociais. “Já faz seis anos que moro aqui nos Estados Unidos e estou recebendo um carinho muito grande de todo mundo por conta da minha estreia. É no meu site, no Twitter, no Facebook...”

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