FONTE: Jolivaldo Freitas, TRIBUNA DA BAHIA.
O Bahia subiu e o Vitória quer descer. Bom mesmo seria os dois na A para BaVis de qualidade já que não temos coisa melhor. Saiba que não temos coisas boas por causa dos dirigentes do futebol baiano, que não têm o menor comprometimento com a Bahia. Onde já se viu Feira de Santana ter mais clubes (são três) que Salvador. Sendo que da capital mesmo, de forma legítima só o Vitória, pois o Bahia – segundo os maledicentes – está mais para Lauro de Freitas que para a zona urbana. Tem um pé lá e outro cá. E um conflito de identidade permanente. Sacanagem.
O futebol baiano deixa a desejar por causa de dirigentes que fazem a política de terra arrasada. Parece até que não têm vida inteligente. Incrível como pessoas que sou amigo e admiro nas rádios baianas – vez que as emissoras é que têm a melhor penetração junto aos torcedores e dirigentes, embora vez em quando me apareçam uns comentaristas... – não levem o assunto a sério.
Outro dia soube que o Galícia - que a Federação Baiana de Futebol praticamente extirpou desde os tempos clientelistas de Virgílio Elísio que para conseguir galgar suas ambições e estar sob as asas de Teixeiras e Havelanges jogou duro e priorizou Juazeirense e outros enses – colocou mais de seis mil torcedores num destes babas de segundona ou terceirona que frequenta.
Com certeza que botaria bem mais num jogo contra o Bahia valendo pelo Campeonato Baiano. Se querem fazer um campeonato legal, bacana, teria de mudar a fórmula.
Ouvi comentaristas falando horrores do modelo do campeonato que virá a seguir. Pelo que dizem foi feito para acomodar interesses. E a torcida? E o orgulho da Bahia de ter grandes clubes e não viver apenas de Bahia e Vitória, pois o resto é mesmo resto como de resto a FBF parece rebotalho.
Esquecendo esta tristeza, passemos para a alegria geral e nacional que foi o Bahia galgar a Primeira Divisão do Campeonato Brasileiro. Falemos a verdade, um campeonato de elite sem o Bahia, esse sim, é uma pelada de segunda classe. Mesmo na segundona a torcida do Bahia é a melhor do Brasil.
Uma torcida que vinha sofrendo, mas que com a cara e a coragem botou para correr dirigentes que apenas estavam lá para os holofotes e elementos estranhos como Paulo Carneiro. Onde já se viu? Era para ter dado uma surra de cipó caboclo em quem levou o inimigo para nossas hostes.
Foi um cabeça de ponte com estilo cabeça de bagre. E o Bahia afundou, mas a torcida ali, fazendo respiração boca a boca.
Daí que agora me vem o petista Pinheiro dizer que foi o governador quem tirou o Bahia do buraco. Só vendo. (Petista é fogo. Acha sempre que nunca antes na história deste país ou do tricolor...) Quem tirou foi a torcida que não abriu mão de jogar o time para frente. Transformou um time mediano numa máquina de fazer gols. O Bahia sempre jogou para a frente e queriam que desse a ré. Esse negócio de dar ré não é com a gente, não.
E me aparece um pai de santo de Cajazeiras, num programa de rádio, dizendo que ele fora responsável pelo Bahia ter conseguido voltar à elite, pois fizera um trabalho que travou as pernas do pessoal da Portuguesa. E uma vidente garantiu que já havia registrado a ascensão do Bahia desde o ano passado.
Aí perguntaram se ela sabia o nome de algum jogador e ela respondeu que “tem aquele neguinho magrinho e também um sarará”. Só perguntando ao senador Pinheiro se ele sabe o nome de algum jogador do Bahia. E ao governador também. Dá tempo de estudar o assunto. Até Tiririca aprendeu a ler e escrever em duas semanas. Só me falta aparecer Lula para dizer que foi uma obra dele e que no tempo de FHC...
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