domingo, 14 de agosto de 2011

CÂNCER DE TESTÍCULO ATINGE HOMENS JOVENS...



FONTE: Roberta Cerqueira, TRIBUNA DA BAHIA.


O drama do design André, interpretado por Lázaro Ramos, na novela Insensato Coração, ao descobrir um tumor nos testículos, chama a atenção para um tipo raro de câncer que atinge homens mais jovens, entre 25 e 35 anos. De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), dentre os tumores malignos que acometem os homens, 5% ocorrem nos testículos.

“A melhor arma contra este tipo de câncer é o autoexame”, garante o oncologista cirúrgico Robson Moura, secretário-geral da Sociedade Brasileira de Cancerologia. Segundo o especialista, através do toque, o homem pode identificar o nódulo em sua fase inicial e assim ser submetido ao tratamento com maiores chances de cura.


Antes que alguém possa associar a doença à vida promíscua do personagem da trama de Gilberto Braga, o oncologista esclarece: “O câncer de testículo não tem nenhuma relação com a frequência de atividade física, trata-se de uma eventualidade que acomete principalmente homens em idade reprodutiva e provoca a proliferação excessiva de espermatozóides o que causa os nódulos”, reforça.


Na maioria dos casos, o câncer de testículo é assintomático, porém há situações em que o homem pode perceber o aumento no tamanho dos testículos ou ainda dor local. “Em muitos casos, pode ser confundido ou até mesmo mascarado por orquiepididimites, que são inflamações dos testículos e dos epidídimos, geralmente transmitidas sexualmente, porém, se após a administração de medicamentos não houver melhora do inchaço ou sintoma, é recomendável procurar o médico novamente”, diz.


A cirurgia é indicada na maioria dos casos, segundo Moura, porém, a depender da extensão do tumor, após a sua retirada, o paciente ainda precisa ser submetido à quimioterapia, radioterapia ou apenas acompanhamento. “A fertilidade do homem não é afetada, desde que o tumor atinja apenas um testículo”.


O diagnóstico do câncer de testículo é feito através de dois exames de sangue, o beta-HCG e o alfa feto-proteína, que são marcadores tumorais e podem ser realizados na rede SUS (Sistema Único de Saúde).

“Caso seja percebida a presença de nódulos, o homem deve procurar, inicialmente, um urologista que indicará um oncologista, caso seja necessário”, diz o oncologista Kleber Martins, ressaltando que a maioria dos nódulos nos testículos são benignos, ou seja, não são cânceres.Apesar de não haver dados oficiais sobre a incidência da doença no país, um estudo da Universidade Federal do Estado de São Paulo (UNIFESP) aponta a ocorrência de 5 mil a 8 mil novos casos de câncer de testículo, em todo o Brasil, em 2011.


O INCA não possui estimativas recentes, por não estar entre os mais comuns, porém, os últimos registros, de 2009, apontavam 11.593 novos casos no país. Em 2007 foram registradas 257 mortes provocadas por câncer de testículo. Os cânceres mais comuns entre os homens são, em primeiro lugar, próstata, seguido por estômago, traqueia, brônquios, pulmão e boca.




A estimativa do INCA aponta a ocorrência de 2.979 novos casos de câncer de próstata, na Bahia, sendo 730 em Salvador. Em relação a todos os tipos de cânceres, são esperados 9.830 novos casos no estado e 2.870 na capital.

SINTOMAS.
Nódulo duro, geralmente indolor, aproximadamente do tamanho de uma ervilha. Mas, ao apalpar qualquer massa que não tenha sido verificada anteriormente, um médico deve ser procurado imediatamente, de preferência um urologista. Alterações no tamanho dos testículos, dor imprecisa no abdômen inferior, sangue na urina e aumento ou sensibilidade dos mamilos também merecem atenção.

FATORES DE RISCO – Os principais fatores de risco para o desenvolvimento de câncer de testículo são: histórico familiar, lesões e traumas na bolsa escrotal e a criptorquidia. Na infância, é importante o exame do pediatra para verificar se ocorreu normalmente a descida dos testículos para a bolsa escrotal.

TRATAMENTO – O tratamento inicial é sempre cirúrgico e ocorre através de um pequeno corte no abdome, quando se expõe o testículo e a biópsia é realizada. O resultado do material retirado é feito no momento da cirurgia.


Nos casos de positividade para câncer, é procedida a retirada do testículo que não afeta a função sexual ou reprodutiva do paciente, caso tenha o outro testículo normal. O tratamento posterior poderá ser cirúrgico, radioterápico, quimioterápico ou através de controle clínico.

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